Brazil: Brutal Murder of Congolese Migrant Moïse Kabagambe

 

Down with racism! Equal rights for migrants!

 

Report by Corrente Comunista Revolucionária (RCIT Section in Brazil), 8 February 2022, http://elmundosocialista.blogspot.com and www.thecommunists.net

 

 

 

On January 24, Congolese immigrant Moïse Kabagambe was brutally murdered in Barra da Tijuca, a noble neighborhood in the West Zone of Rio de Janeiro. Moïse was only 24 years old and had been with his family in Brazil for more than a decade as a political refugee from the Congo.

 

On January 24, Moïse went to the kiosk where he worked to claim payment for two days of work that had not been paid by his boss, who, according to the management company Orla Rio, is a military police officer and an "illegal occupant" of the establishment. For demanding only what he was entitled to, Moïse was immobilized and beaten to death by three people. A report from the Legal Medical Institute (LMI) indicated that the cause of death of the young Congolese was trauma to the thorax, with pulmonary contusion, caused by blunt action.

 

The first violence that must be registered is the class exploitation without any labor rights offered to immigrants coming from countries full of conflicts and poverty. It was the modern slavery aggravated by the delay of the salary that forced Moïse demand for his money. Violence against the poor, and black people in particular, is a historical routine since colonial times that, in the eyes of a certain part of the population, is something absolutely normalized. Such normalization has been accentuated with the ultra-reactionary wave of the last eight years, and currently, with the explicit support of an extremist right-wing ruler like President Jair Bolsonaro, who habitually makes racist political propaganda that blacks and inhabitants of the quilombos are bums. He famously said in a meeting with businessmen: "I went to a quilombo. The lightest afro-descendant there weighed 200 kgs, they are not even good enough to procreate."

 

Although the Brazilian people are used to seeing police repression against the poor and the black people on a daily basis, especially in the favelas areas, without any exemplary punishment for the aggressors by the courts, the murder of Moïse drew attention by its extreme brutality, by the fact that the aggressors were also non-white, and by the fact that he was an immigrant coming from a country with a history of poverty caused mainly by the colonial domination.

 

Several international organizations, some linked to the United Nations (UN) the United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR) and the International Organization for Migration (IOM), the non-governmental organization Pares Caritas of Rio de Janeiro, Amnesty International Brazil demanded clarifications from the Brazilian government about the murder of Moïse.

 

But this tragic fact can be an important step for the resistance of workers in general, of the poor and oppressed people of all ethnicities, together with these immigrant peoples. Five days after Moïse's murder almost nobody knew about it. It became only known when the Congolese immigrant community called for an act of protest through its Facebook page, at the same place of the murder. The protest got the attention of the press and soon after a video of the murder was released. It was only after these protests and the video that those responsible were identified and arrested. Later information indicates that the family, before the protest, tried to file a report, but was threatened by some military police officers. It is interesting to point out that even though some of the killers are non-white, racism does not depend on the color of the skin, but on the degree of intoxication with the racist bourgeois ideology that the individual possesses. Some black citizens support Bolsonaro, such as the president of the Palmares Cultural Foundation, Sergio Camargo, a semi-fascist black pirate parrot who was put there by the president.

 

Last Saturday, February 5th, protests of crowds against the assassination of Moïse took place in several capitals of the country. These protests gathered anti-racist Brazilian movements, social movements and leftist parties together with several immigrants from African countries, particularly from the Democratic Republic of Congo-RDC. This mobilization between Brazilian workers and immigrants is an important step of internationalist solidarity.

 

It is necessary to advance this struggle against racism with the struggles of all workers and oppressed people, which is the struggle against the capitalist system. The first crime committed against Moïse was not racism, it was a system that allows modern slavery with no rights or almost no labor rights, both for native-born Brazilians and for immigrants who came to the country in a socially fragile situation. The second crime was not paying even such low wages for the days worked, and the third was the murder itself with extreme cruelty. As long as there is capitalism there will be racism.

 

 

 

Execução a Pauladas do imigrante Moise Kabagambe! Um caso típico de Racismo.

 

Declaração da Corrente Comunista Revolucionária -CCR, seção brasileira da CCRI/RCIT, 08 de fevereiro de 2022, http://elmundosocialista.blogspot.com

 

 

No dia 24 de janeiro, o imigrante congolês Moïse Kabagambe foi brutalmente assassinado na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Moïse tinha apenas 24 anos e estava com sua família há mais de uma década no brasil, na qualidade de refugiado político vindo do Congo. Ele tinha foi ao quiosque onde trabalhava reivindicar o pagamento de dois dias trabalhados que não foram pagos por seu patrão, em que as informações disponíveis indicam que é policial militar.  Apenas por reivindicar somente o que lhe tinha direito ele foi e espancado até a morte por três pessoas. A causa da morte feita Instituto Médico Legal-IML indicou que a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.

 

A situação dos trabalhadores imigrantes no Brasil, principalmente oriundos de países com muita pobreza ou guerras é de extrema exploração: Não são registrados oficialmente, portanto sem qualquer direito trabalhista, tais como férias, abono de Natal, licenças por saúde, etc.  Uma escravidão moderna inclusive para os trabalhadores cidadãos brasileiros após a reforma trabalhista feito pelo ex-presidente Michel Temer de 2017 após a destituição da Ex-presidente Dilma Rousseff. Foi nessa extrema condição que atraso do salário, mesmo sendo por somente dois dias obrigou Moise a fazer a cobrança. A violência contra os pobres, e os negros em particular, é uma faz parte da histórica desde os tempos coloniais, passando pela independência em relação a Portugal (1822) que libertou somente os brancos da opressão. Aos olhos de certa parte da população essa violência com característica escravocrata é algo absolutamente normalizado. Tal normalização se acentuou com onda ultrarreacionária dos últimos oito anos, e atualmente, com o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro, que faz costumeiramente faz discursos racistas acusando o povo negro e habitantes dos quilombos de serem vagabundos. É famosa a frase dele que disse num encontro com empresários: “eu fui num quilombo. o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas,  não servem nem para procriar.”

 

o assassinato de Moïse chamou atenção pela extrema brutalidade, por parte dos agressores, que curiosamente também não são brancos e pelo fato de se tratar de um imigrante vindo de um país com histórico de pobreza causada principalmente pelo jugo colonial. No Brasil há muitos anos   já se tornou comum a assistir dia a dia a repressão policial contra os pobres e os negros, principalmente nas áreas das favelas. Não é surpresa de que também historicamente quase não há punição aos policiais.  Dizem as estatísticas que das mortes violentas causada por policiais militares, 78% das vítimas é o povo afrodescendentes.

 

Repercussão nacional e internacional

 

Mesmo sendo a violência contra os pobres e oprimidos cotidiano e normalizado esse caso chamou atenção por se tratar de um imigrante, um refugiado, portanto sujeito a leis internacionais. Vários organismos internacionais, alguns ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para Migrações (OIM), a organização não governamental Pares Cáritas do Rio de Janeiro, A Anistia Internacional Brasil exigiram esclarecimentos do governo brasileiro sobre o assassinato de Moïse.

 

Cinco dias após o assassinato de Kabangabe quase ninguém sabia do ocorrido. Foi somente quando a comunidade de imigrantes congoleses fez a convocatória para um ato de protesto através de sua página do facebook, no mesmo local do assassinato. Foi essa mobilização da comunidade congolesa que fez a mídia prestar a devida atenção, e como consequência, logo após surgiu o vídeo com as cenas do assassinato. E somente depois desses protestos e do vídeo é que os responsáveis foram identificados e presos.

 

Uma importante aliança: Trabalhadores brasileiros e imigrantes na luta contra o racismo e a opressão social e econômica

 

No último sábado, dia 05 de fevereiro, aconteceram protestos de multidões contra o assassinato de Moïse em várias capitais do país. Esses protestos reuniram movimentos brasileiros antirracistas, movimentos sociais e partidos de esquerda junto com vários imigrantes de países da África. Essa mobilização entre trabalhadores brasileiros e imigrantes é um importante passo de solidariedade internacionalista e pela organização de uma luta comum.

 

A luta antirracista é anticapitalista e internacional.