Brasil: Combater a recessão e a reforma da previdência! Os trabalhadores não devem pagar pela crise que eles não provocaram!

Corrente Comunista Revolucionária (Seção do RCIT no Brasil), 17 de fevereiro de 2017, http://elmundosocialista.blogspot.com/

 

 

 

Nos últimos dias de 2016 o desemprego atingiu 12,1 milhões de pessoas, o que equivale a 11,9% de pessoas desocupadas no trimestre. Os dados foram em 29 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são semelhantes aos do trimestre imediatamente anterior, quando a taxa de desocupação fechou em 11,8%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foi registrada uma alta de 2,9 pontos percentuais.

 

A recessão brasileira aprofundou-se no terceiro trimestre deste ano, com destaque com ênfase especial na queda dos investimentos e do nível consumo. Tal fato dificulta ainda mais qualquer recuperação da atividade esperada para 2017 em meio ao aumento do desemprego.

 

De janeiro a setembro de 2016, o PIB registra queda de 4% em relação ao mesmo período 2015. Segundo o IBGE, essa é a maior baixa para o período desde 1996. Esse resultado foi pior do que o projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório divulgado em outubro no manteve a projeção de queda de 3,3% do Produto Interno Bruto em 2016 e de alta de 0,5%, em 2017.

 

A Organização Internacional do Trabalho-OIT estima que o Brasil terá 1,2 milhão de desempregados a mais na comparação com 2016, passando de um total de 12,4 milhões para 13,6 milhões, e chegará a 13,8 milhões em 2018.

 

Em termos absolutos, o Brasil terá a terceira maior população de desempregados entre as maiores economias do mundo, superado apenas pela China e Índia. Na China, a OIT prevê que o número subirá de 37,3 milhões para 37,6 milhões em 2016. Já na Índia, de 17,7 milhões para 17,8 milhões.

 

A OIT projeta o índice de desemprego no Brasil neste ano em 12,4%, um ponto acima do percentual de 2016. Para 2018, a projeção também é de 12,4%.

 

O golpe institucional que levou Michel Temer (PMDB) à condição de presidente do Brasil prometia o fim da corrupção e da crise. Não ocorreu nem uma coisa, nem outra. Seis ministros do governo tiveram de deixar seus cargos por denúncias de corrupção, outros 16 estão sendo investigados e o desemprego não para de crescer.

 

Para o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o fracasso econômico tem como principais fatores uma fórmula que mistura crise política com queda nos investimentos públicos, privados e a política recessiva responsável pelo aumento do desemprego e pela queda da demanda e da arrecadação pública.

 

Secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, explica os impactos negativos que a informalidade provoca no país. “Quando aumenta a informalidade, aumenta a precarização e temos de tomar cuidado para isso não acabar reforçando a tese da reforma trabalhista e da terceirização. Precisamos combater o argumento de que desemprego se combate retirando direitos.

 

Na última quinta-feira (9), em São Paulo, 23 representantes nacionais da CUT e representantes de 14 setores trabalhistas se reuniram com a direção Executiva da entidade para a apresentação da campanha contra a Reforma da Previdência.   

 

Sob o slogan “Reaja agora ou morra trabalhando”, a CUT pretende dar início a um movimento que deve tomar as ruas do país pela preservação de direitos históricos conquistados pela classe trabalhadora. O presidente nacional da Central, Vagner Freitas, alertou que “a reforma da previdência, pretendida pelo governo Temer, está diretamente ligada ao golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. ”

 

Segundo Vagner, esse governo, que não foi eleito, "precisa fazer essas reformas para pagar o preço dos que financiaram o golpe e a reforma da previdência faz parte desse projeto para se adequar ao congelamento dos gastos primários por 20 anos. A proposta dos golpistas não é reformar a Previdência e sim acabar com ela, para que os bancos vendam planos de previdência privada. Estamos debatendo com as demais centrais de que não devemos emendar essa reforma e sim derrotar essa reforma”, afirmou Vagner Freitas.

 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) comunica que a categoria decidiu por uma greve nacional do setor a partir de 15 de março. A paralisação, decidida em congresso realizado entre os dias 12 e 15 de janeiro, deve se dar em torno das bandeiras de combate à reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e pelo cumprimento integral da Lei do Piso Nacional do Magistério.

 

A CNTE considera "inevitável" a realização da greve nacional em função dos desdobramentos do golpe que instaurou o atual governo, que “afronta o Estado democrático de direito"; também “ataca políticas de distribuição de renda, substituindo-as por terceirização e privatização; e promove o congelamento dos gastos públicos, comprometendo o crescimento. ”

 

Nós afirmamos categoricamente que A derrota da reforma da Previdência, assim como da reforma trabalhista, não será concretizada por meio de negociações com o ultraconservador congresso nacional ou negociações com os partidos de direita. Qualquer negociação entre a burocracia reformista dirigente dos movimentos sociais ou centrais sindicais, na prática significará algum tipo de perda para a classe trabalhadora.  Nesse sentido, a CCR defende que é preciso derrotar todo o projeto de reforma da Previdência, sem concessões. Mas isso somente será possível por meio da mobilização dos trabalhadores com seus próprios método de luta, como é o caso da greve geral. Tal greve geral não pode se limitar aos trabalhadores do setor público, mas abranger todos os trabalhadores das fábricas, do comércio e do campo.

 

* Por um programa de obras públicas para combater o crescente desemprego!

 

* Abaixo a reforma da previdência!

 

* Por uma greve geral contra o regime dos golpistas! Por mobilizações de massa contra a ofensiva pró-austeridade da extrema-direita! Pela a criação de comitês de ação nas fábricas, sindicatos, bairros, favelas e regiões periféricas em defesa dos nossos direitos e contra o governo dos golpistas!

 

* Por um governo da classe operária em aliança com os camponeses pobres urbanos e os sem-terra! Nós só podemos garantir o nosso futuro e nossos direitos se derrubarmos o capitalismo, a fonte de nossa miséria!

 

* Todo apoio à greve nacional dos trabalhadores da Educação em 15 de março!

 

* Por um partido operário revolucionário- um novo partido mundial da revolução socialista!

 

 

 

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