BRASIL: A GREVE DOS CAMINHONEIROS

 

A Greve dos Caminhoneiros colocou o Governo de Michel Temer contra a parede

 

Pela greve geral por tempo indeterminado para por abaixo o governo golpista e pelo cancelamento de todas as reformas neoliberais

 

Declaração Corrente Comunista Revolucionária-CCR, 07 de junho de 2018, www.elmundosocialista.blogspot.com e www.thecommunists.net

 

 

 

O Brasil foi atingido pela maior greve de caminhoneiros de sua história.  Em resposta ao modelo de reajuste quase diário de preços do diesel, implantando pelo governo ilegítimo de Temer através da companhia petrolífera Petrobrás, pelo menos seis sindicatos dos trabalhadores caminhoneiros iniciaram uma greve em todo o país em 21 de maio e que  durou 10 dias.  A greve foi um sucesso com massiva participação e apoio da maioria população. Na prática, a greve paralisou o país se transformando numa verdadeira greve geral.

 

O golpe de estado que derrubou o governo democraticamente eleito de Dilma Roussef do Partido dos Trabalhadores, que entre outras várias medidas de reformas estruturais neoliberais, tais como a Reforma Trabalhista e fortes cortes nos investimentos sociais, também iniciou um processo de privatização do setor energético, nacional tendo como núcleo central a companhia Petrobrás. A partir de então, para garantir o lucro dos seus acionistas nacionais e internacionais, a companhia passou a adotar a política de reajustar quase diariamente os preços de combustíveis seguindo o aumento dos preços do barril de petróleo em âmbito mundial, incluídos aí o diesel, a gasolina, o querosene e o gás de cozinha. Como tanto o dólar quanto o preço do barril de petróleo vêm aumentando internacionalmnete, a Petrobrás reajustou o preço da gasolina nas refinarias 11 vezes em 17 dias, e elevou o do diesel sete vezes consecutivas. A gasolina acumulou uma alta de 16,76% em um mês, enquanto o diesel acumulou de 15,16% em um mês. Tal política de preços está sendo um duro ataque às condições de vida da classe trabalhadora.

 

Nós podemos caracterizar a greve dos caminhoneiros como tendo dois fatores contraditórios: Primeiro, essa greve teve um fator negativo porque é um setor em sua maioria de pequena burguesia, muitos são donos dos seus próprios caminhões, e dessa forma a principal exigência deles era somente abaixar o preço do diesel. As lideranças dos sindicatos dos caminhoneiros têm fortes vínculos com partidos de direita como o PSDB, não está errado definir o movimento como um lockout. E são essas lideranças que aceitaram a oferta do governo Temer em subsidiar com dinheiros público a redução somente do preço do diesel, sem modificar a política de reajustes com a gasolina, beneficiando as empresas transportadoras.

 

Outro fator negativo foi a barulhenta presença nas ruas e nas redes sociais de grupos de caminhoneiros defendendo o retorno do regime militar, porém a que se considerar que esse grupo não são maioria.

 

Em segundo lugar, o fator positivo foi que pela primeira vez em muitos meses uma greve setorial colocou o regime golpista contra a parede quando transformou esta greve setorial praticamente em greve geral nacional. O país parou literalmente durante 10 dias.  Foi umas verdadeiros caos, pois os supermercados ficaram esvaziados de produtos perecíveis tais como frutas e legumes, milhões de frangos e porcos morreram de fome por falta de ração. A gasolina sumiu dos postos, transformando as principais cidades do país em atípicos feriados, repartições públicas e escolas, inclusive universidades cancelaram as aulas, os próprios veículos dos policiais tiveram dificuldade de abastecimento e não foram para as ruas, etc. E mesmo assim, a greve contou com mais de 90% de apoio da população.

 

Historicamente os governos do Brasil desde o final do século XIX não desenvolveram o transporte por ferrovias ou hidrovias. Preferiram desenvolver o transporte por rodovias e, dessa forma,  esse sistema alcança pelo menos 65% do total colocando o país fortemente dependente dos países imperialistas que controlam os preços do petróleo internacional.

 

A decisão do governo de enviar o exército contra os caminhoneiros não foi completamente cumprida, eles foram às ruas, mas não reprimiram. A greve terminou apenas porque os líderes sindicais receberam subsídios do governo para o diesel e congelaram por 60 dias em um acordo assinado em um documento oficial.

 

O Papel das Direções Sindicais e dos Partidos de Esquerda

 

No geral quase todos os partidos de esquerda legalizados deram (PSOL, PSTU, PCO) apoio à greve dos caminhoneiros fazendo a ressalva de que a luta deveria ser estendida aos outros setores. O PT se limitou a dar razão aos caminhoneiros na questão dos prejuízos causados pelos aumentos diários e denunciar a política do governo, mas não chamou a greve geral.  A grande falha nessa improvisada greve geral não foi dos caminhoneiros, mas da própria CUT, porque deveria ter aproveitado a chance da mobilização dos caminhoneiros para ter convocado a greve geral. A CUT e as outras centrais sindicais juntos com os partidos de esquerda perderam a grande chance de pôr esse governo golpista abaixo e retomar a democracia para cancelar todas as medidas de reformas neoliberais.

 

Os únicos que se mobilizaram, e mesmo assim de forma muito tardia foram os petroleiros. A greve dos petroleiros começou no dia seguinte ao término da greve dos caminhoneiros. No entanto, a mão pesada do regime impôs uma multa de 2 milhões de reais por dia (500 mil dólares) caso a greve continuasse. Diante de tal repressão, a liderança pediu o fim da greve, prometendo reorganizar-se para uma greve futura. Na prática, o regime golpista semi-bonapartista está proibindo o direito de greve previsto na Constituição. 

 

Mas o regime que já não andava bem das pernas não só ainda está em crise como a tendência e seu maior enfraquecimento. No último sábado, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, empresário e militante do PSDB e representante do mercado financeiro internacional, renunciou. Pedro Parente foi responsável por impor a política de reajuste diário de combustível que foi o fator que causou a greve dos caminhoneiros. Uma política que provou ser desastrosa para o governo.

 

O governo Temer, que por si só já era fraco, não caiu até agora porque o regime golpista não consegue encontrar um nome de consenso para assumir o governo, mas isso pode mudar em poucos dias, tudo é provável. Alguns analistas chegam a falar sobre a possibilidade de cancelar as eleições.

 

É por isso que a única atitude correta dos líderes dos movimento sociais e político não deveria ser mobilizar para as eleições, mas para a greve geral e para acabar com o regime de golpista. 

 

É por isso que a única atitude correta dos líderes do movimento social e político foi mobilizar não para as eleições, mas para a greve geral e acabar com o regime de golpista.

 

* Pela greve geral indefinida  para por abaixo o governo golpista e pelo cancelamento de todas as reformas neoliberais!

 

* Não à criminalização de manifestações políticas e não à criminalização dos movimentos sociais!

 

* Segurança pública não é o papel das Forças Armadas! Pelo cancelamento da intervenção militar federal no estado do Rio de Janeiro!

 

* Pela criação de comitês de ação em fábricas, sindicatos, bairros, favelas e regiões periféricas em defesa de nossos direitos e contra o governo golpista e contra qualquer intervenção militar! Pela  criação de comitês de autodefesa dos trabalhadores e dos pobres nos bairros e periferias!

 

* Abaixo a lei constitucional que permite que os militares intervenham em questões políticas!

 

* Pela Assembléia Revolucionária Constituinte!

 

* Por um Governo dos Trabalhadores e dos Camponeses Pobres!

 

* Por  revolucionário Partido dos Trabalhadores - um Novo Partido mundial da revolução socialista! A Quinta Internacional!