Manifesto Para a Libertaçao Revolucionária

 

As tarefas da luta de libertação contra a decadência do capitalismo

 

Manifesto pela revolução socialista dos trabalhadores e oprimidos

 

Adotado pelo 1° Congresso da Corrente Comunista Revolicionária Internacional (CCRI), outubro de 2016, www.thecommunits.net

 

Download
Manifesto of I.RCIT-Congress_PORT_WEB.pd
Adobe Acrobat Document 448.5 KB

Conteúdos

 

Introdução

 

I.             O Capitalismo Decadente

 

II.            O Atual período Histórico Revolucionário ao Redor do mundo

 

III.          A ofensiva reacionária da classe dominante

IV.          Um programa para a Revolução Socialista para Impedir o Colapso da Humanidade Rumo à Barbárie

Defesa dos Direitos Democráticos! Abaixo o Bonapartismo, as Monarquias e as Ditaduras!

Abaixo a Austeridade, a Precariedade e a Privatização! Contra os “Acordos de Livre Comércio" das Grandes Potências!

Terra para os Camponeses! Não à Apropriação de Terras pelas Corporações Multinacionais!

A Luta dos Povos Oprimidos Contra a Agressão Imperialista

Militarismo e Rivalidade Inter-Imperialistas entre as Grandes Potências

A Defesa das Minorias Contra a Opressão Nacional

A Luta para Acabar com a Violência Contra as Mulheres

Capitalismo e Mudança climática

Governo Operário e dos Camponeses Pobres versus o "Governo de Esquerda"

Em direção à Expropriação da Burguesia – Para a Revolução Socialista

 

V.            A Crise de Liderança e a Construção de um Partido Revolucionário Mundial

 

VI.          O Trabalho em Organizações de Massa e a Tática da Frente Única

 

VII.        O Sul Semicolonial

O Oriente Médio e o Norte da África

América Latina

Ásia

África Subsaariana

 

VIII.       As potências imperialistas emergentes do Oriente: China e Rússia

 

 

IX.          As velhas potências imperialistas: UE, América do Norte e Japão

 

X.            Conclusão e Apêndice

 

* * * * *

 

 

Introdução

 

O mundo em que vivemos está em tumulto. O capitalismo entrou em um período de crise sem fim. Na verdade, ele está em decadência. As mudanças climáticas, há muito tempo negadas pelas grandes corporações e governos fantoches, estão pondo em perigo setores cada vez maiores da humanidade. A classe dominante ao redor do globo está implacavelmente acelerando seus ataques contra os trabalhadores e os pobres. As grandes potências do Ocidente e Oriente, cuja rivalidade mútua se intensificam progressivamente, estão aterrorizando os povos do mundo semicolonial, tanto militarmente como economicamente por meio da super-exploração imperialista. Os oprimidos estão cada vez mais iniciando lutas em massa para revoltar-se contra esta situação, até ao ponto de chegar a levantes armados e guerras civis. Mas eles estão sendo traídos por suas lideranças, as quais estão vendendo a luta justa a ser travada em troca de alguns cargos governamentais ou, se não são corruptos, faltam-lhes um programa válido para derrubar os governantes gananciosos.

Os próximos anos serão cada vez mais marcados por uma ofensiva reacionária da classe dominante, mas também por lutas de massas dos trabalhadores e oprimidos. Esta é o momento para cada pessoa decidir. Todos os que não querem ficar na indiferença; todos que queiram mudar o destino dos oprimidos, devem juntar-se à essa luta. Mas eles ou elas devem se juntar à luta não como cegos demolidores, mas com um plano, com um programa e como parte de um coletivo.

A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) apela a todos os revolucionários a se manifestarem sob a bandeira do autêntico Marxismo. Queremos nos unir com tudo o que possa se identificar com o presente programa e que estão dispostos a dedicar a sério suas vidas à luta de libertação da classe trabalhadora e dos oprimidos. Não temos tempo a perder. Temos tudo a ganhar. Nossa luta contra a classe dominante também não será fácil, nem será a curto prazo. Levará anos e isso exigirá grandes sacrifícios de todos nós. Mas pode haver um propósito maior para a vida do que dedicando-a pela luta de emancipação universal; para salvar o futuro da humanidade?

Estamos muito bem cientes de que a característica mais importante do período atual é o enorme fosso entre, por um lado, da intensificação da luta de classes e da urgência objetiva de derrubar o capitalismo por meios da qual será uma contínua intensificação da luta de classes e, por outro lado, o número atualmente relativamente pequeno das forças revolucionárias. Isto, porém, não é razão para desespero, mas o dever de aumentar e reforçar o nosso compromisso e de unir todos os autênticos revolucionários com base em um programa sério e com a perspectiva de fundar um partido revolucionário mundial.

A CCRI está lançando este Manifesto a fim de apresentar uma plataforma por meio da qual todos os revolucionários podem unir-se e intervir nas lutas de classe no período atual. Este Manifesto constitui uma reconfirmação, uma continuação e atualização do programa do CCRI (o Manifesto Comunista Revolucionário), publicado em 2012, tendo em conta as importantes lições e experiências mundial da luta de classes durante os últimos quatro anos.

 


I.             O Capitalismo Decadente

 

O presente período histórico que se abriu em 2008 é caracterizado por uma decadência dramática das forças produtivas do capitalismo. Como CCRI demonstrou em numerosos documentos, esta decadência se manifesta na profundidade dramática da grande recessão de 2008/09, a falta de qualquer dinâmica de crescimento desde então e a vinda da próxima recessão.

No entanto, a decadência das forças produtivas mais dramaticamente é refletida pela global deterioração das condições de vida da classe trabalhadora, dos camponeses e dos pobres urbanos – que constituem a grande maioria da humanidade. Oficialmente, mais de 200 milhões de pessoas estão desempregadas, mas o número real é muito maior. De acordo com as Nações Unidas, 100 mil pessoas em todo o mundo morrem de fome todos os dias, e aproximadamente 852 milhões sofrem de fome crónica. Esta situação escandalosa existe apesar do fato de que o mundo produz mais de 1½ vezes comida suficiente para alimentar a todos no planeta. No entanto, em um mundo em que 2,2 bilhões de pessoas vivem com menos de US $2 por dia (em 2011), muitos não podem comprar quantidades suficientes de alimentos.

Ao mesmo tempo, a desigualdade aumentou dramaticamente. De acordo com o mais recente estudo da OXFAM (Comitê de Oxford de Combate à Fome), em 2015, os 62 indivíduos mais ricos do mundo possuem a mesma quantidade de riqueza que as 3,6 bilhões de pessoas que constituem a metade da humanidade que se situa no mais baixo patamar econômico. Mas isto é apenas a ponta do iceberg. Nunca antes a desigualdade entre as classes sociais e entre as Nações foi tão grande em nível mundial. De acordo com números da Credit Suisse – uma fonte que ninguém pode acusar de ideologia anticapitalista – uma minoria insignificante (0.7% da população mundial), representando em grande parte a classe capitalista global, possui 41% da riqueza do mundo. A classe média global (7,7% da população mundial) possui juntos sobre a mesma quantidade (42,3% da riqueza do mundo). A próxima 22,9% da população do mundo, provavelmente, que representam uma parte significativa da classe trabalhadora dos países imperialistas e a classe média do mundo semicolonial, possui 13,7% e a grande maioria da população do mundo (68,7%) – que representa principalmente a classe operária e os camponeses pobres do Sul – possuem o pouco que resta, apenas 3% da riqueza do mundo.

Como Marx apontou, o capitalismo em decadência cada vez mais transforma as forças produtivas em forças de destruição. Um exemplo disso é a dramática mudança no clima e suas consequências para muitos países e suas populações. Estimativa atual de cientistas apontam que em continuando os padrões de intensivo do uso de energia carbono, com as resultantes alterações no clima que isto irá induzir, fará com que ocorram 6 milhões de mortes por ano até 2030. Eles também advertem que "a menos que sejam tomadas fortes medidas preventivas, entre agora e 2050, mudanças climáticas vão empurrar um número de pessoas deslocadas globalmente para pelo menos 1 bilhão."

Outro exemplo da horrível transformação das forças produtivas para destruição é o enorme aumento das despesas militares. As grandes potências – lideradas pelos Estados Unidos e seguidas por China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha – gastam anualmente mais de US$ 1,2 trilhões em armas e sistemas relacionados.

O aumento do número de guerras e ocupações militares tem levado a um aumento dramático no número de vítimas da guerra e das pessoas refugiadas. Na Síria sozinha, pelo menos 470 mil pessoas foram mortas como resultado da determinação do regime de Assad em aferrar-se ao poder e aos privilégios. De acordo com o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), o número global de deslocados aumentou de 42,5 milhões (2011) para 63,5 milhões (2015), um aumento surpreendente de 50% em apenas quatro anos!

Quais são as razões para a crise histórica do capitalismo? Significativamente, não podem ser encontradas nas más decisões de políticos ou à ganância dos capitalistas – mesmo que esses dois certamente existam e sejam difundidos. A causa fundamental da depressão econômica e o aumento do número de guerras, das catástrofes e da miséria situam-se no mecanismo interno do próprio sistema capitalista. Uma sempre crescente acumulação de capital encontra menos oportunidades de investimento lucrativo – refletindo a lei da tendência à queda da taxa de lucro (que Marx considerou a lei mais importante na economia política). Isso resulta no acelerado antagonismo entre a natureza social das forças da produção e a natureza privada dos meios de produção (ou seja, Propriedade capitalista), bem como a exacerbada contradição entre a natureza global das forças produtivas e o estado-nação.

Consequentemente, contrariamente à opinião equivocada dos reformistas, populistas e centristas, a miséria da humanidade causada pela crise do capitalismo não pode ser superada por reformas tais como políticas econômicas keynesianas, "governos de esquerda", etc, mas apenas pelo esmagamento do próprio sistema capitalista global, por meio de uma revolução internacional da classe trabalhadora e dos oprimidos, que vai derrubar as classes dirigentes e estabelecer uma Federação Mundial das repúblicas dos trabalhadores e oprimidos.

 


II.            O Atual período Histórico Revolucionário ao Redor do mundo

 

Devido a decadência das forças produtivas do capitalismo e, consequentemente, da inviabilidade econômica, social e política do sistema, o mundo de hoje se vê envolvido com grandes explosões – crises econômicas, grandes guerras, catástrofes climáticas e revoluções políticas.

É por causa da inerente contraditória dinâmica de maior concentração de acumulação de capital e da diminuição da taxa de lucro da produção capitalista que, em vez de não-existentes principais canais produtivos para investimento, a burguesia por décadas foi forçada a defender e aumentar seu capital acumulado e lucros futuros por dois meios principais: (1) o aumento da financialização da economia mundial (criando uma bolha de investimento – "riqueza no papel" – cada vez mais) e (2) atacando implacavelmente a classe trabalhadora, com um pacote de austeridade atrás da outra. Naturalmente, os dois estão inextricavelmente ligados, como testemunhamos quando estourou a bolha financeira recentemente. Isto foi particularmente evidente quando em 2008 o potencialmente colapso financeiro dos grandes bancos ocidentais só foi evitado de forma criminosa e sem precedentes transferência dos impostos pagos pelos trabalhadores por parte dos governos burgueses para os magos financeiros de Wall Street. Enquanto os cofres dos Estados capitalistas são saqueados para salvar os banqueiros criminosos, a classe trabalhadora enfrenta enormes cortes de gastos na saúde, educação, habitação e assistência social do governo.

Devido a mesma diminuição da taxa de lucro, a burguesia imperialista cada vez mais e implacavelmente precisa estrangular os países semicoloniais do Sul, desviar mais e mais dos lucros produzidos lá para seus próprios cofres através de concessões econômicas concedidas pelos governos fantoches e de "benevolentes" empréstimos a juros as quais estes saqueados países se encontram impossíveis de poder pagar. Este atual roubo dos países ao Sul, por sua vez, obriga cada uma das Nações imperialistas a que sua presença seja sentida, levando à mais intervenções militares e ocupações (no Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia, Mali, etc.), e assim, reforçar o controle de um ou outro destes países "periféricos".

E é precisamente por esta razão que a rivalidade entre as grandes potências imperialistas se agrava, já que todos têm que competir uma contra a outra para ganhar uma fatia maior da riqueza capitalista global relativamente decrescente. O resultado é o maior conflito que testemunhamos hoje, por exemplo, entre os EUA e a UE contra a Rússia envolvendo a Ucrânia ou a Síria, ou entre os EUA e o Japão contra a China na Ásia Oriental.

Nenhuma destas contradições podem ser resolvidas dentro das limitações do sistema capitalista. As crises, as depressões e as guerras vão se acelerar mais e mais, se a classe trabalhadora não esmagar o sistema capitalista.

Se as grandes potências imperialistas não estiverem paradas no tempo, suas rivalidades conduzirão a uma terceira guerra mundial. A classe operária só pode acabar esta corrente contínua de misérias, guerras e catástrofes, através de uma revolução socialista mundial. A declaração de Rosa Luxemburgo de que a humanidade se depara com a alternativa "Socialismo ou barbárie" é mais relevante hoje do que nunca. Sob as condições do início do século XXI, a concretização da declaração de Luxemburgo significa: "Socialismo ou generalizada morte através da destruição do clima e a destruição pela Terceira Guerra Mundial"!

Eis por que, como nós do CCRI já declaramos em nosso programa de 2012, caracterizamos o período histórico da decadência capitalista como um período revolucionário a longo prazo ( o qual pode durar anos ou mesmo décadas). A decadência do capitalismo constantemente provoca crises económicas, instabilidades políticas e o perigo incessante da guerra e ao fazer assim continuamente, gera situações revolucionárias, bem como gera os perigos contra-revolucionários. Eventos históricos, como o colapso da economia mundial, em conjunto com uma grande crise política e militar entre as grandes potências ou um levante popular na China poderiam levar a uma situação revolucionária em todo o mundo. A CCRI chama a vanguarda da classe operária para preparar-se para um tal período repleto de convulsões revolucionárias.

 


III.          A ofensiva reacionária da classe dominante

 

Desde o início do atual período em 2008, nós testemunhamos as diferentes fases da luta de classes. Quando as massas populares sentiram as consequências da grande recessão, levantaram-se contra a classe dominante. O levante revolucionário mais importante ocorreu no mundo árabe, onde as massas derrubaram os ditadores na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen em 2011 e continuam sua heroica resistência em outros países em que os governantes têm se defendido e, por enquanto, conseguiram manter seu poder por todos os meios militares disponíveis (Síria, Bahrein, etc.).

Além da heroica revolta armada do povo sírio contra o regime de Assad e a atual resistência contra a ditadura militar no Egito, além de uma série de outras importantes lutas de classe que têm ocorrido nos últimos anos: os professores lutam no México; os protestos populares no Brasil em 2013, bem como a resistência contra o golpe de estado em 2015/16; a greve dos mineiros de Marikana de 2012 na África do Sul; as maiores greves gerais na história da humanidade na Índia, em que de 150ª 180 milhões de pessoas participaram em setembro de 2015 e 2016; o movimento negro black lives matters ( vidas negras importam) nos EUA; mais de 35 greves gerais na Grécia; e os protestos em massa contra a nova lei do trabalho na França em 2016.

No entanto, como essas lutas em massa eram em sua maioria espontâneas, infelizmente faltava-lhes uma liderança com uma perspectiva que lhes permitisse derrubar não só governantes específicos, mas toda a classe dominante dos respectivos países. Como resultado da ausência de lideranças revolucionárias, essas lutas ocorreram com imensos obstáculos. Novamente, a classe dominante conseguiu pacificar também esses movimentos ou brutalmente os suprimiu e os derrotou.

Como resultado, a classe trabalhadora está agora testemunhando ofensivas reacionárias por parte da classe dominante local, em muitas áreas do mundo. Não só a burguesia continua intensificando seus programas de desenfreados ataques de austeridade e privatizações, levando maiores setores da classe trabalhadora e dos oprimidos à pobreza e insegurança social; também está cada vez mais atacando os direitos democráticos fundamentais dos seus cidadãos. Assim, por exemplo, estamos testemunhando ofensivas reacionárias como o golpe de estado militar no Egito; o retorno do grupo de Ben Ali na Tunísia; o golpe institucional de 2016 no Brasil; o avanço das forças de direita na Argentina e Venezuela; o golpe de estado militar de 2014 na Tailândia; a geral exacerbação de islamofobia e racismo contra os migrantes e refugiados; e a militarização crescente em todo o mundo ocidental e também entre o imperialismo russo e chinês.

Com seus arsenais proliferando, as grandes potências imperialistas intensificaram as suas intervenções militares no mundo semicolonial com o objetivo de derrotar qualquer resistência popular. Como resultado, dezenas de milhares estão sendo massacrados pelos foguetes, bombas e bombardeio dos EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e Israel, ou por seus lacaios locais no Afeganistão, Iraque, Síria, Palestina, Mali, Líbia, Somália e outros países.

Além disso, as grandes potências – EUA., UE, Japão, China e Rússia – incentivam o militarismo e o chauvinismo, bem como o uso das sanções económicas para aumentar suas respectivas esferas de influência, em detrimento de seus rivais e incentivam o chauvinismo de sua população doméstica por trás de seus programas de expansionistas.

Em suma, no mundo de hoje nós somos testemunhas de uma exacerbação cada vez mais acentuada de contradições ao longo de três eixos dos antagonismos económicos e políticos – a luta de classes entre os capitalistas e os trabalhadores e oprimidos; a luta entre as grandes potências e as corporações multinacionais contra os povos oprimidos do Sul; e o conflito entre as potências imperialistas rivais.

Estas ofensivas reacionárias das classes dominantes resultaram em uma série de graves derrotas para a classe trabalhadora e dos oprimidos. Mas também inevitavelmente provocaram novos aumentos na luta de classes – lutas econômicas, greves gerais, revoltas populares, resistência armada contra os ocupantes estrangeiros e insurreições. Diante de nós se vislumbra um período de agudas e explosivas lutas de classe cheias de potenciais revolucionários e perigos contrarrevolucionários.

 


IV.          Um programa para a Revolução Socialista para Impedir o Colapso da Humanidade Rumo à Barbárie

 

A fim de repelir as ofensivas reacionárias da classe dominante, os trabalhadores e oprimidos devem lutar sob a bandeira de um programa que defenda todos os direitos democráticos e sociais, e que combine esta luta com a perspectiva da derrubada revolucionária do capitalismo. Como revolucionários, a CCRI de forma alguma pode desprezar a luta por reformas e pela defesa dos direitos existentes. Ao contrário, em quase todos os casos, situações revolucionárias somente irão emergir de lutas em que as massas populares estão na defesa dos seus direitos sociais e democráticos contra os ataques da classe dominante.

Portanto, qualquer programa de ação revolucionário para o presente período deve começar com as questões mais candentes da luta de classes hoje, ou seja, a defesa dos trabalhadores e oprimidos contra a investida capitalista. Esse programa não é uma lista de recursos em que Apelamos para o Estado capitalista para eles implementarem, como fazem costumeiramente os burocratas reformistas e populistas, com foco em negociações a portas fechadas, com eleições e manobras de parlamentares. Pelo contrário, é um programa militante de ação revolucionária focando os meios para liderar uma intransigente luta de classes e para promover a auto-organização dos trabalhadores e oprimidos.

É por esta razão que os revolucionários convocam a classe trabalhadora e os oprimidos para lutar por seus interesses, usando todas as formas de luta de massa ditada pelas circunstâncias concretas – começando com manifestações em massa e greves, greves gerais, ocupações, até insurreições armadas e guerras civis. Da mesma forma, em todos os revolucionários de lutas chamar para a formação de comitês de ação dos trabalhadores, da juventude e as massas populares em locais de trabalho, bairros, vilas, escolas e universidades. Além disso, os revolucionários chamam para a formação de unidades de auto-defesa para defender os grevistas, os manifestantes, os imigrantes e os refugiados contra a violência perpetrada pela polícia e pelos fascistas. Em situações de lutas de classe agudas, esses organismos podem ser expandidos para que os comitês de ação podem tornar-se conselhos (como os soviéticos na Rússia em 1917) apoiando e sendo apoiados pelos trabalhadores armados e milícias populares.

A CCRI delineou o seu programa de ação no seu Manifesto Comunista Revolucionário (2012). Abaixo nós vamos resumir o que consideramos serem as questões mais importantes para a atual fase política e fornecer para cada uma delas respostas revolucionárias.

 

Defesa dos Direitos Democráticos! Abaixo o Bonapartismo, as Monarquias e as Ditaduras!

A luta pelos direitos democráticos tornou-se uma das questões mais importantes nesta época do capitalismo em decadência. Neste contexto, as classes dominantes inevitavelmente violam e pisam os direitos democráticos esforçando-se a substituir a democracia burguesa, mesmo limitada, pelo bonapartismo capitalista e a ditadura.

Desde 2011, a luta pelos direitos democráticos tornou-se um grito de guerra nas Revoluções Árabes contra as ditaduras locais. Esta luta tornou-se crucial para a defesa dos trabalhadores e oprimidos contra golpes militares e golpes institucionais (Honduras 2009, Paraguai 2012, Egito 2013, Tailândia e Burkina Faso 2014, Burundi 2015, Brasil e Turquia 2016). É também uma questão central na China, onde a classe operária e os camponeses pobres são oprimidos pela ditadura stalinista-capitalista. E tornou-se uma questão importante nos países imperialistas ocidentais onde a burguesia está cada vez mais governando por meios bonapartistas, com vigilância em massa e a expansão do estado policial (um permanente "estado de emergência", na França; utilização crescente do exército para operações domésticas em vários países europeus, etc.)

A CCRI chama a vanguarda dos trabalhadores a mobilizar-se para a defesa de todos os direitos democráticos (por exemplo, o direito à greve, à liberdade de expressão e reuniões, liberdade de organização política e sindical, bem como a liberdade de fazer uso de todos os meios de comunicação e informação).

Da mesma forma, a classe trabalhadora deve mobilizar-se contra todas as ditaduras, a polícia e o estado de vigilância; contra expandir os poderes da polícia e dos tribunais; contra as instituições da Presidência, das monarquias e fundações bonapartistas, do tipo conselhos militares, conselhos de segurança nacional, etc.; contra a corrupção inerente de todos os tipos de aparelhos de estado burguês (ambos em seu autoritário, bem como sua versão de "democrática") – aqui chamamos para um radical expurgo do aparato de estado! Todos os funcionários do estado e seus setores – especialmente polícia, exército, inteligência, administração, jurídico, administração de empresa, etc. – devem estar submetidas sob o controle dos trabalhadores e conselhos populares!

Os socialistas se opõem ao aparelho de estado burocrático superdimensionado e apoiam em seu lugar a extensão da autonomia local. A fim de lutar contra o aparelho de estado burocrático e corrupto, defendemos o direito de eleger e retirar a todos os cargos públicos (políticos).

Um slogan central na luta pelos direitos democráticos – não só na luta contra as ditaduras, mas também em situações onde questões democráticas estão no centro das crises de fundo políticos – é a chamada para uma assembleia constituinte revolucionária. Tal assembleia deve ser um órgão democrático cujos delegados que são controláveis por aqueles que os elegeram e que estão abertos a serem trocados por seus eleitores. A idade para ter o direito de voto deve ser determinado pelos movimentos de trabalhadores de cada país. A idade mínima em que os jovens lhes são permitidos a trabalhar e a responder a processos criminais pode ser usado como parâmetro. O papel da Assembleia é debater e decidir sobre a questão constitucional, e que deve ser protegida por trabalhadores e milícias populares contra qualquer intimidação das forças reacionárias.

A CCRI fortemente condena todas as forças reformistas e centristas que não conseguem tomar uma posição clara em defesa dos direitos democráticos; que se recusam a participar nas lutas populares (que são geralmente conduzidas por forças populista-burguesas ou pequeno-burguesas) contra as ditaduras ou forças reacionárias que tentam fomentar um golpe de estado. É vital que os socialistas implementem a tática da frente única – incluindo a sua formação com essas forças populista-burguesas ou pequeno-burguesas que têm alta influência entre contra qualquer ditadura (por exemplo, o Chavismo na América Latina, os vários partidos islâmicos como al-Ikhwan al-Muslimin [irmandade muçulmana] no Egito, o partido de Thaksin na Tailândia) – na luta contra as forças de reação e em defesa dos direitos democráticos! Qualquer sectarismo sob o slogan de "pureza política", qualquer recusa de participar de um campo de lutar concretamente contra o inimigo principal em uma luta de classes, sob o pretexto que "ambos os lados são burgueses em caráter" só pode levar a bem merecido auto isolamento; e isto é condescendência pseudo ideológica, não é senão uma bruta traição dos interesses democráticos fundamentais da classe trabalhadora e dos pobres.

Particularmente revoltantes formas de traição centrista caracterizam aqueles que saudaram o golpe militar do general al-Sisi no Egito como uma "segunda revolução" (os Morenistas da LIT, o CMI de Alan Wood, o RS/IST de Cliffite); aqueles que elogiaram o movimento ucraniano Euromaidan de direita como uma "revolução democrática" (ou seja, o Mandelista FI, os Morenistas LIT e UIT); e aqueles que apoiam a ditadura sangrenta de Assad contra seu próprio povo (por exemplo, WWP, PSL)

Naturalmente, qualquer luta feroz pelos direitos democráticos só pode alcançar vitórias temporárias no momento que o decadente capitalismo visa estrangular e abolir a democracia burguesa. Daí, como Leon Trotsky – líder, juntamente com Lenin, da revolução de outubro e fundador da quarta internacional – enfatizou em sua teoria da revolução permanente, que a revolução democrática só pode ganhar vitórias sustentáveis se for liderada pela classe trabalhadora e que combine a luta democrática com a tarefa do expropriar a burguesia. Em outras palavras, para ter sucesso, a revolução democrática deve estar combinada com a revolução socialista.

 

Abaixo a Austeridade, a Precariedade e a Privatização! Contra os “Acordos de Livre Comércio" das Grandes Potências!

Como a crise capitalista se aprofunda, a burguesia inevitavelmente aumenta seus ataques contra a classe trabalhadora e contra os pobres: cortes nos salários; "flexibilização" de direitos trabalhistas (por exemplo, a lei de reforma trabalhista no México ou a lei El Khomrī em 2016 na França); implementando horas de trabalho "flexíveis"; cortes nas na aposentadorias e na educação – todos estes são ataques ferozes contra a classe trabalhadora e nos direitos populares no plano económico, que estão ocorrendo em todos os continentes.

Outra arena crucial da luta de classe econômica de hoje é a contínua onda de privatizações. Em sua busca desesperada por novas fontes de financiamento, governos burgueses estão implacavelmente vendendo propriedade estatais aos oligarcas, frequentemente por uma fração muito abaixo de seu verdadeiro valor. Isto é particularmente perigoso quando afeta as matérias-primas (commodities) básicas para a sociedade como água, eletricidade, transportes, etc. Quando tais serviços são privatizados, muitos trabalhadores públicos geralmente são despedidos, as chamadas commodities básicas tornam-se muito mais caras e, ao mesmo tempo, sua qualidade se deteriora.

Ainda outra frente principal nesta luta é a tentativa do capital monopolista de aumentar o seu poder em detrimento do estado e da sociedade, pelo lobby para a instituição dos chamados "acordos de livre comércio" como: a Parceria do Trans-Pacífico dominado pelos E.U.A.-(TPP), a Parceria Económica Abrangente Regional (RCEP) dominado pela China, o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) entre os EUA e a UE ou o Abrangente Acordo Econômico e Comercial Global (CETA) entre a UE e o Canadá. Na verdade, esses acordos só servem para aumentar a dominação pelas mega-corporações capitalistas sobre os trabalhadores, os consumidores, bem como sobre os estados-nações e sobre sua regulamentação jurídica.

A CCRI apela a vanguarda dos trabalhadores a mobilizar os sindicatos e os movimentos sociais contra todos esses tipos de ataques através da organização de ações em massa nas ruas. Quando as empresas cortarem salários, demitirem trabalhadores ou pretenderem fechar as fábricas e mudarem suas localizações, nós exigimos uma abertura dos livros e a nacionalização da empresa sob controle dos trabalhadores. Chamamos para a redução de horas de trabalho e um programa de emprego público, para que todos possam ter um emprego e trabalhar menos horas e receber o mesmo salário. Tais reformas podem facilmente serem financiadas por aumentos maciços na tributação dos ricos e pela expropriação dos super-ricos.

 

Terra para os Camponeses! Não à Apropriação de Terras pelas Corporações Multinacionais!

O mesmo processo de monopolização, que nós testemunhamos nos setores industrial e de serviços, está ocorrendo na agricultura. Enquanto 382 milhões de fazendas de 450 milhões do mundo (85%) são trabalhadas por pequenos agricultores, eles controlam menos de metade das terras cultivadas de forma permanente. O resto é propriedade de uma pequena elite de empresas agrícolas, grandes proprietários privados e dos agricultores de médio porte. Por décadas, cada vez mais pequenos camponeses foram forçados pelos seus governos a abandonar a agricultura de subsistência diversificada, quase autossuficiente e mudar para o cultivo de monoculturas para vendas ao invés de subsistência. Em dezenas de milhões de casos em todo o mundo, isso resultou em ser esmagado sob enormes dívidas impagáveis com poucas receitas obtidas pois os preços são determinados globalmente para a única cultura que cultivam. Em última análise, estes camponeses são levados à extrema pobreza, ou pior, e são forçados a vender suas terras e migrar para áreas urbanas para encontrar um emprego precário, em que é altamente explorado. Para dar apenas um exemplo: na Índia, durante o decénio 2005-2014, mais de 250 mil pequenos agricultores cometeram suicídio por causa de suas dívidas com a corporação Monsanto para a compra de sementes e fertilizantes geneticamente modificados. Assim, vemos que, nas últimas décadas, a proletarização que foi imposta os camponeses na Inglaterra nos anos que antecederam a revolução industrial tem sido e continua a realizar-se no Sul em uma escala muito maior. Claro, os únicos vencedores neste jogo são as grandes corporações agrícolas e os grandes proprietários de terras que devoram a terra abandonada para aumentar os seus lucros. Esta tendência para a monopolização da terra só foi intensificada pela recente onda de apropriação de terras por corporações multinacionais centradas nos EUA, na UE ou na China. Elas compram até vastas extensões de terras e expulsam os camponeses – muitas vezes com a ajuda da polícia e dos bandos armados.

Estes são os principais fatores que explicam porque milhões de pessoas são forçadas a fugir de suas casas e se juntarem aos pobres urbanos ou se tornarem imigrantes e refugiados nos países ricos imperialistas.

Os pobres rurais são os aliados mais importantes da classe trabalhadora. Portanto, a CCRI chama a vanguarda dos trabalhadores a apoiar energicamente a luta dos camponeses pobres expressado nos seguintes slogans:

* Pela expropriação dos grandes proprietários de terras, da Igreja e das multinacionais!

* Nacionalizar as terras sob o controle dos trabalhadores e camponeses pobres!

* A terra pertence àqueles que a cultivam!

* Só os conselhos locais de ação democrática que representam os camponeses pobres e sem-terra devem decidir a questão da alocação e uso da terra!

* Promover cooperativas agrícolas voluntárias e a formação de maiores unidades de maior produção do estado!

* Cancelar as dívidas e abolir os alugueis para os camponeses!

* Empréstimos sem juros para os pequenos camponeses!

No mesmo sentido, chamamos ao apoio dos pobres urbanos e mascates de ruas urbanas a fim de integrá-los na luta de classes contra os bancos e os monopólios.

 

A Luta dos Povos Oprimidos Contra a Agressão Imperialista

Em um período de decadência capitalista, é inevitável que as grandes potências imperialistas intensifiquem a opressão aos povos politicamente mais fracos em geral e especificamente aumentem a super exploração dos países semicoloniais. Este é o plano de fundo da maior agressão militar pelos EUA, a UE ou a Rússia que estamos presenciando nos últimos anos.

Exemplos de tal agressão são os ataques da OTAN no Afeganistão, Síria e Iraque; a intervenção russa na Síria e o brutal genocídio do povo checheno; a intervenção francesa no Mali e na República Centro-Africana; as guerras contínuas de Israel na opressão e deslocamento contra o povo palestino. A China, também, está cada vez mais enviando tropas ao exterior (por exemplo, para o sul do Sudão) e intimida países semicoloniais como o Vietnã. Ainda outro exemplo de agressão imperialista é a contínua intimidação da Coreia do Norte pelo imperialismo dos EUA e seu aliado sul-coreano.

Em vários casos as grandes potências deixam seus lacaios locais fazerem o trabalho sujo de agredir os povos rebeldes. Por exemplo, a AMISON-Missão da União Africana Para a Somália, que está a tentar esmagar a rebelião armada liderada pela milícia islâmica al-Shabaab ou a agressão do exército de Mali, na região de Azawad. Além disso, estamos testemunhando a agressão da Arábia Saudita contra o povo do Iêmen.

Em todos esses casos é dever maior dos revolucionários lutar contra a agressão imperialista. Enquanto tais conflitos representam injustas guerras de agressão no lado dos imperialistas, para os povos oprimidos são guerras apenas defensivas. Portanto, a CCRI convida todos os socialistas que fiquem inequivocamente pela derrota das Grandes Potências ou de seus aliados locais e pela vitória militar dos povos oprimidos. Aplicando a tática da frente única anti-imperialista, como formulado pela Internacional Comunista Revolucionária em 1919-23, estamos do lado daqueles resistindo aos invasores imperialistas, independentemente de suas lideranças não-revolucionárias, não dando nenhum apoio político forças nacionalistas, islamitas ou stalinistas!

Condenamos essas forças centristas que deixam de apoiar as lutas dos povos oprimidos contra as potências imperialistas, citando as lideranças não-revolucionárias como desculpa (por exemplo, de Peter Taffee da CIT, Alan Woods do CMI, os Lambertistas bem como o Mandelistas do NPA). Alguns, como o CIT, até mesmo vão tão longe como para apoiar a existência de um estado "socialista” de colonos sionistas.

Naturalmente, os revolucionários se opõem ao reacionário Salafi-Takfiri Daesh / estado islâmico. Este grupo é um veneno contra revolucionário- fomenta o ódio sectário e divisão entre os povos dos países muçulmanos e, com seus reacionários ataques terroristas contra civis, fornece uma desculpa para as potências imperialistas continuarem suas guerras de agressão no Oriente Médio. Enquanto nós defenderíamos o Daesh / em qualquer confronto com as grandes potências imperialistas, apoiamos a luta dos rebeldes sírios para liquidar esse tipo de câncer.

 

Militarismo e Rivalidade Inter-Imperialistas entre as Grandes Potências

A decadência do sistema capitalista está intensifica a rivalidade entre a grandes potências imperialistas (EUA., UE, Japão, China e Rússia). Consequentemente, estamos testemunhando um número crescente de conflitos entre as grandes potências sobre esferas de influência (por exemplo, na Ucrânia, na Síria ou no leste da Ásia). Outras manifestações dessa rivalidade são vários projetos do imperialismo dos EUA (por exemplo, os vários "acordos de livre comércio "), bem como dos novos imperialistas orientais (China e Rússia) que estão cada vez mais desafiando a hegemonia dos velhos imperialistas ocidentais (por exemplo, a China no Projeto Desenvolvimento do Canal da Nicarágua; o novo Banco de Desenvolvimento operados pelos Estados dos BRICS como uma alternativa ao domínio existente de americanos e Europeus no Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional; a disseminação do comércio realizado em rublo e Yuan etc.). Outra manifestação dessa acelerada rivalidade são as sanções econômicas impostas pelo imperialismo de EUA e UE contra a Rússia durante a guerra civil na Ucrânia. No período de decadência capitalista, a aceleração mais perpétua dessa rivalidade é inevitável. Se a classe trabalhadora não liquidar as grandes potências, em vez de uma revolução socialista internacional, a existência da humanidade está ameaçada pela III Guerra Mundial.

No contexto da aceleração rivalidade entre as grandes potências, o movimento operário está cada vez mais dominado por várias tendências de social-imperialismo – não muito diferente do período depois de 1914. Assim, no presente período, falhando em reconhecer a existência de diferentes rivais potências imperialistas (i.e., ignorando o surgimento das novas grandes potências, China e Rússia) ou não ter tomado uma posição consistente derrotista revolucionária contra Estados todos os imperialistas, condena qualquer autoproclamada organização socialista à desorientação política. Na verdade, as burocracias populistas e reformistas, bem como grandes setores de centrismo, oportunamente se adaptam, seja abertamente ou secretamente, para uma ou outra Grande Potência. Basicamente podemos distinguir três diferentes tendências entre estas tendências revisionistas:

i) os sociais-imperialistas pró-ocidentais e os sociais-pacifistas, que capitulam às tradicionais potências imperialistas ocidentais apoiando abertamente suas guerras, tomando uma posição pacifista ou ao não apoiar a resistência contra elas (por exemplo, no Afeganistão, Iraque, Mali e Gaza). Entre estas forças estão ocidentais socialdemocratas e diversos (ex)estalinistas (por exemplo, o Partido da Esquerda Europeia) bem como vários centristas de direita.

ii) Os sociais -imperialistas pró-Orientais e sociais-pacifistas, que abertamente ou dissimuladamente apoiam as emergentes potências imperialistas no Oriente (por exemplo, o envolvimento da Rússia na Ucrânia e Síria e a agressão da China na Ásia Oriental) ou apoiam seus reacionários substitutos contra revoltas populares democráticas (por exemplo, Assad na Síria). Entre estas forças estão muitos partidos Castro-Chavistas na América Latina, partidos estalinistas (por exemplo o KPRF na Rússia, PCI na Índia), bem como vários grupos centristas.

iii) Uma corrente menor, na sua maioria seitas centristas, são os economistas imperialistas, que reconhecem o caráter imperialista das grandes potências no Ocidente como no Oriente, mas que não conseguem compreender a natureza do número crescente de movimentos nacionais democráticos e revoltas. Como resultado, eles tendem a tomar posições abstencionistas em revoluções democráticas e lutas anti-imperialista – confundindo-os simplesmente como "conflitos entre países subalternos".

Só os internacionalistas proletários – ao qual pertence a CCRI – adotam uma abordagem consistente e intransigente contra potências imperialistas tudo baseado no programa bolchevique de "derrotismo revolucionário". Dizemos: Abaixo Todas as Grandes Potências Imperialistas – sejam os EUA, a UE, o Japão, a China ou a Rússia. Em qualquer conflito político, econômico ou militar entre estas grandes potências, o movimento operário não deve dar apoio a qualquer um deles, mas em vez disso deve declarar: O principal inimigo está em casa! Não às sanções imperialistas que são nada mais que um instrumento da economia de guerra!

Enquanto temos de nos opor a todas as formas de exércitos burgueses e lutar pela sua substituição por trabalhadores e milícias populares, somos contra a introdução de exércitos profissionais e a favor da abolição do recrutamento, pois é um passo para a criação de um exército burguês ainda mais submissa.

Ao mesmo tempo, internacionalistas proletárias apoiam todos os movimentos nacionais e democráticos das massas oprimidas, enquanto lutam contra interferência imperialista e para um programa de independência de classe e a revolução socialista.

 

A Defesa das Minorias Contra a Opressão Nacional

A crescente importância da questão democrática também se reflete no crescente número de lutas das minorias nacionais e étnicas contra a opressão nacional. Há lutas importantes das nações oprimidas em países imperialistas (por exemplo, os catalães e bascos na Espanha, os irlandeses na Grã-Bretanha, os chechenos na Rússia, o Uyghurs e tibetanos na China) bem como em países semicoloniais (por exemplo, os palestinos, os curdos, os tâmeis no Sri Lanka, a Caxemira, na Índia, etc.). Além disso, muitos grupos étnicos enfrentam opressão crescente (por exemplo, o povo Ogoni e o Ijaw no Delta do Níger, os povos indígenas na América Latina, nos EUA, na Austrália e na Nova Zelândia). A perseguição brutal contra minoria negra afro-americana nos Estados Unidos é outro exemplo da ascensão do racismo e da opressão nacional.

Finalmente, podemos também citar a ascensão das minorias composta de imigrantes nos países mais imperialistas (assim também como nos Estados do Golfo) onde eles constituem, em sua grande maioria, um setor economicamente super-explorado e oprimido nacionalmente da classe trabalhadora (e um setor menor pertencente à camada mais baixa da pequena burguesia). Na última década, a islamofobia tornou-se uma forma particular e viciosa de racismo.

A CCRI se esforça para alcançar a unidade mais próxima entre os trabalhadores e oprimidos de diferentes nações e crenças religiosas. No entanto, este objetivo é impossível de se alcançar por simplesmente negar a opressão nacional existente ou por abstratos apelos à "unidade de classe". Esta tarefa só pode ter sucesso se os revolucionários reconhecerem a opressão e lutarem pela igualdade completa do grupo oprimido.

Assim, assim a CCRI apela a vanguarda dos trabalhadores a se oporem a todas as formas de chauvinismo, da pressão para se assimilar, etc, e para implementar o programa da igualdade revolucionária. Os socialistas, incondicionalmente, defendem o direito à autodeterminação nacional para todos os povos oprimidos. Socialistas devem apoiar a luta para a plena igualdade (igualdade de sua língua nativa, igualdade de direitos de cidadania, salários iguais, etc,) a autonomia local e a autonomia territorial. Sempre que um povo oprimido deseja ter um estado independente, os socialistas estão obrigados a apoiar esta reivindicação.

A luta Internacionalista pela igualdade revolucionária dos imigrantes agudamente condena todas as formas de adaptação oportunista ao chauvinismo dentro o movimento operário. Portanto, condenamos as centristas britânicas que apoiaram o slogan chauvinista "Empregos britânicos para trabalhadores britânicos" na greve em 2009, que denunciou a revolta de agosto de 2011, e quem se opuseram a chamada "Fronteira aberta para imigrantes" (como fizeram o CIT e o CMI).

 

A Luta para Acabar com a Violência Contra as Mulheres

A aceleração das contradições de classe inevitavelmente também leva a uma exacerbação da opressão das mulheres. A forma mais brutal e visível desta opressão é a violência generalizada contra as mulheres, incluindo estupro e assassinato (feminicídio). A violência contra as mulheres, tanto dentro como fora de famílias, uma crescente cultura da sexualização das mulheres, justificando a agressividade masculina até o estupro, uma indústria em expansão do sexo onde as mulheres estão expostas a condições de vergonhosas, etc, são o ambiente social que acelera a opressão das mulheres.

As estatísticas oficiais indicam que cada ano 66 mil mulheres são mortas violentamente ao redor do mundo- e esse número é certamente subestimado. Somente em Ciudad Juárez, na fronteira entre México e Estados Unidos, centenas de mulheres são assassinadas todos os anos. De acordo com algumas estimativas até 25 mil mulheres recém-casadas são mortas ou mutiladas a cada ano na Índia, como resultado de violência relacionada com o dote. Adicione a isso os inúmeros “crimes de honra" das mulheres em países com uma forte cultura patriarcal.

A CCRI defende uma campanha em massa de trabalhadores e organizações de massa populares para combater todas as formas de violência contra as mulheres. Temos de criar um clima social, onde a "honra" de pessoas estará seriamente danificada se comprometer ou mesmo apenas endossar a violência contra as mulheres. É crucial construir unidades de defesa dos trabalhadores e dos pobres para defender as mulheres contra a violência. Tais brigadas devem ser formadas principalmente por mulheres assim como ser dirigidas por elas, mas poderão ser acompanhadas por homens que apoiem essa luta.

 Da mesma forma, os trabalhadores e movimentos populares devem lutar por um programa de emprego público a fim de proporcionar às mulheres as oportunidades de assegurar emprego de tempo integral com salários iguais, bem como a criação de um programa abrangente de cuidados infantis para garantir a plena integração das mulheres no mundo do trabalho.

A opressão das mulheres é parte integrante da sociedade de classe e, portanto, indissoluvelmente ligado com o capitalismo. Consequentemente, as mulheres da classe trabalhadora, os pobres urbanos e os camponeses pobres são muito mais afetadas pela sua opressão social do que as mulheres da burguesia ou da classe média. Pela mesma razão, a opressão das mulheres só pode ser abolida pela derrubada revolucionária do sistema de exploração de classe. Portanto, a CCRI chama para a formação de um movimento revolucionário das mulheres como parte da luta da libertação proletária.

 

Capitalismo e Mudança climática

A decomposição do capitalismo ameaça destruir as condições de vida natural para setores para crescentes setores da humanidade e, finalmente, até mesmo pode tornar o planeta como um todo inabitável. Em contraste com as várias forças ambientalista pequeno-burguesas, os socialistas consideram o desastre climático como uma questão de classe. Isso só pode ser resolvido por meio da classe trabalhadora e da luta popular contra as grandes potências e seus monopólios.

Os maiores destruidores do ambiente são as corporações multinacionais dos Estados imperialistas - mais notavelmente os EUA (sozinho produz 25% de todos os gases com efeito de estufa!), a UE, o Japão e, cada vez mais, a nova superpotência imperialista China. A Grã-Bretanha, por exemplo, produz 10 vezes mais CO2 per capita que a Índia. Por outro lado, os 3 bilhões mais pobres em todo o mundo contribuem quase nada às alterações climáticas.

Claro, hoje mesmo os governantes falam sobre a necessidade de reverter a mudança climática. Mas estas são simples frases. As falhas do protocolo de Quioto e o encontro do clima em Copenhague demonstram claramente que os capitalistas e seus governos são incapazes e sem vontade deter a mudança climática devido ao impacto negativo que isso terá sobre os lucros das corporações capitalistas.

Só uma mudança radical da política ambiental e de energia pode salvar nosso planeta e nosso futuro. Em vez de esperar para uma solução da crise climática pelos governos capitalistas e seus "encontros de cúpulas", a CCRI exige um movimento de massa global, lutando por um plano de emergência internacional a combater a mudança climática. Tais medidas incluem o plano de emergência para converter o sistema de energia e transporte e para uma eliminação global dos combustíveis fósseis e da produção energia nuclear amarrado a um programa de emprego público. Além disso, solicitamos pesquisas maciças para o uso de formas alternativas de energia como vento, energia solar e das marés, bem como um programa de reflorestamento global! O movimento operário deve lutar pela nacionalização sob controle dos trabalhadores de todas as empresas de energia e todas as empresas que são responsáveis por suprimentos básicos, como água e produtos agrícolas, bem como as companhias aéreas, transporte e instalações de transporte ferroviário.

A luta por necessárias reformas ambientais deve ser combinada com o objetivo de derrubar o capitalismo, porque só então pode tal plano de emergência ser implementado inteiramente e permanentemente.

 

Governo Operário e dos Camponeses Pobres versus o "Governo de Esquerda"

Os trabalhadores e oprimidos não podem escapar do inferno capitalista na terra sem tomar o poder da classe dominante. Portanto, a tarefa central da classe trabalhadora é a luta pelo seu próprio governo, um governo que abra o caminho para o socialismo.

Um variado número de populistas de esquerda, reformistas e centristas chamam por um "governo de esquerda" como um slogan estratégico na luta de libertação. Enquanto isso a CCRI defende a aplicação da tática da frente única com os partidos populistas pequeno-burgueses e partidos operários reformistas – incluindo no campo eleitoral, assim como na adoção de slogans relacionados às políticas governamentais – Porém, advertimos contra a estratégia ilusória do assim chamado "governo de esquerda". Como demonstrou a história recente, todos estes governos "progressistas" ou de "esquerda" não só não conseguiram romper com o capitalismo como são mesmo incapazes de impedir que seus países se tornem vítimas das recessões profundas que resultaram da decadência do capitalismo: por exemplo, a falência do governo do Brasil liderado pelo PT de Dilma Rousseff, o governo de Maduro na Venezuela, o governo do SYRIZA na Grécia. Todos esses governos são, de fato, governos de frente popular ou burguês-populista que deixam o poder e riqueza nas mãos da classe capitalista e que acorrentam a classe trabalhadora e os oprimidos ao sistema burguês. Portanto, dizemos que defender tais "governos de esquerda" como um caminho a seguir é uma traição reformista contra a classe trabalhadora.

Isso não significa que os revolucionários devam abster-se de implantar a tática da frente única para os partidos que fazem parte de tais governos de frente popular e que têm uma forte base entre a classe trabalhadora e dos oprimidos. Pelo contrário, a CCRI defende tais governos contra qualquer tentativa golpe pelas forças de direita ou do imperialismo. Chamamos os trabalhadores e organizações de massa populares a romper com as forças abertamente burguesas em tais governos e criar seu próprio governo (como os bolcheviques chamaram os Mencheviques e Revolucionários-Socialistas a romper com os Kadets em 1917).

Da mesma forma a CCRI defende apoio eleitoral crítico para os partidos trabalhadores reformistas ou – em países semicoloniais – aos partidos populistas pequeno-burgueses, onde eles têm apoio significativo entre os trabalhadores e os oprimidos.

No entanto, todas essas demandas e apoio crítico devem ser combinadas com uma clara advertência sobre a traição inevitável das lideranças de tais partidos reformistas e populistas.

Nós também afirmamos inequivocamente que o único caminho a seguir é a criação de um governo trabalhadores, um aliado com os setores semi-proletários, com os setores pobres das zonas rural e a pequena-burguesia urbana. Naturalmente, a aplicação concreta deste slogan governamental depende das condições sociais concretas em cada país. Tal governo deve basear-se nos conselhos de ação dos trabalhadores, camponeses e pobres, bem como nas milícias armadas populares. Todos os representantes destes conselhos de ação têm de ser eleitos diretamente pelos trabalhadores e pelos trabalhadores podem ser substituídos, eles devem receber não mais que o salário de um trabalhador médio qualificado!

Tal autêntico governo dos trabalhadores se voltaria imediatamente para a tarefa decisiva de expropriar a classe capitalista, assim como quebrar o aparelho de repressão do estado burguês por meio das milícias populares e dos trabalhadores.

Em outras palavras, a luta por um governo popular dos trabalhadores está indissoluvelmente ligada com a luta pela revolução socialista.

 

Em direção à Expropriação da Burguesia – Para a Revolução Socialista

Enquanto a classe trabalhadora consegue vitórias temporárias, se ela está totalmente utilizando o peso do seu poder social na luta de classes, seria uma terrível ilusão imaginar que tais reformas poderiam ser sustentáveis, enquanto a classe capitalista controlar os meios de produção. Qualquer reforma duradoura, mesmo a mais bem-sucedida defesa de vitórias do passado, é ainda mais ilusória em um período do capitalismo decadente.

O único caminho a seguir é tomar o controle dos meios de produção, bem como do aparelho de estado da burguesia. Eis porque a CCRI compreende a luta por um governo popular dos trabalhadores como uma tática subordinada ao objetivo estratégico: revolução socialista.

A luta por um governo de trabalhadores deve andar de mãos dadas com a luta para a nacionalização dos bancos e a fusão em um único banco central, bem como a nacionalização de grandes empresas, das grandes organizações de comércio atacadista e de transporte e dos setores do social, da saúde, da educação e da comunicação sem indenização e sob controle dos trabalhadores. Da mesma forma, os trabalhadores devem lutar pela expropriação dos super-ricos, pelo fim do mercado de ações, bem como pela introdução de um monopólio do comércio exterior.

Contrariando as ilusões dos sociais-democratas de esquerda, dos estalinistas e de vários centristas (por exemplo, CIT, CMI), a transformação socialista não pode ocorrer através de eleições parlamentares ou de forma gradual, pacífica. Toda a experiência histórica– tanto as bem-sucedidas revoluções socialistas como a da Rússia em 1917-21, as revoluções sociais burocráticas (por exemplo, Cuba 1959-61, China 1945-49), as inacabadas revoluções democráticas (por exemplo, Nicarágua ou Irã em 1979) ou até mesmo irrecuperáveis revoluções como a Guerra Civil espanhola de 1936-39, Chile, de 1973, as revoluções árabes desde 2011, etc. – demonstram que a classe dominante nunca desistirá de seu poder pacificamente. A classe trabalhadora e os oprimidos só podem tomar o poder e derrubar o capitalismo ao se organizarem – sob a liderança de um partido revolucionário – em milícias populares e se prepararem para a insurreição armada, a guerra civil e a ditadura do proletariado como o único meio pelo qual a luta pela libertação pode ser avançada.

 


V.            A Crise de Liderança e a Construção de um Partido Revolucionário Mundial

 

A tarefa central no próximo período consiste na necessidade de superar a dramática crise de liderança. O desenvolvimento objetivo do capitalismo – sua decadência e crise de caráter – certamente ajudará as massas compreenderem a falência deste sistema e a necessidade de derrubá-lo. No entanto, a fim de ajudar as massas neste processo, a vanguarda dos trabalhadores deve aplicar um programa de reivindicações transitórias que criam uma ponte entre as lutas de hoje e a consciência presente das massas para a tarefa estratégica da revolução socialista. Eis porque os revolucionários têm de combinar implacável propaganda para um tal programa com trabalho exemplar nas massas e a aplicação da tática da frente única para organizações de massas dos trabalhadores e dos oprimidos.

O colapso programático e organizacional da Quarta Internacional trotskista em 1948-52 interrompeu a continuidade revolucionária, que anteriormente havia se estendido desde os dias de liderança de Karl Marx e Friedrich Engels na liga comunista, durante a segunda internacional até 1914, a Internacional Comunista Revolucionária de Lenin até Quarta Internacional de Trotsky. Hoje, pequenas forças como a CCRI estão ocupando o segmento de continuidade revolucionária em sua luta para a construção do partido revolucionário do mundo. Será a quinta vez que a classe trabalhadora terá estabelecido um partido internacional (portanto, nós a chamamos a Quinta Internacional).

No entanto, existem enormes obstáculos no caminho para a construção do partido revolucionário mundial. Além dos poderes imperialistas e do estado burguês, a classe trabalhadora enfrenta inúmeros inimigos, adversários e defensores não confiáveis, em suas próprias fileiras. A falta de continuidade revolucionária por muitas décadas tem levado a uma situação em que as organizações de massas populares e dos trabalhadores são dominadas por lideranças burocráticas reformistas e populistas. Estas forças reformistas são o principal obstáculo para transformar o enorme potencial revolucionário objetivo do atual período histórico em verdadeiras revoluções proletárias.

Guerras, revoluções e contra-revoluções são os testes mais decisivos para qualquer organização política. Tais situações inevitavelmente levam a revelar o seu verdadeiro caráter político por trás de qualquer programa formal declarado, bem como sua relação com a luta dos trabalhadores e dos oprimidos. Os últimos anos têm demonstrado que as lideranças oficiais dos sindicatos e organizações populares, dos partidos populistas reformistas e burgueses e pequeno-burgueses (por exemplo, os Castro-Chavistas, os Kirchneristas e PT de Dilma e de Lula na América Latina, o SYRIZA na Grécia e outros sociais-democratas na Europa, o PCI stalinista na Índia e os maoistas no Nepal), bem como das várias vertentes do islamismo (por exemplo a irmandade muçulmana, os vários grupos de rebeldes na Síria ou os Houthis no Iêmen) – todos não conseguiram oferecer aos trabalhadores e às massas populares caminho longe de sua miséria capitalista e humilhação. Em outras palavras, sua inclinação política – independentemente de suas proclamações oficiais de "radicais" – é a de permanecer ou se tornar parte do aparato de estado da classe capitalista dominante. É, portanto, surpreendente que eles muitas vezes têm sido, ou aspiram a tornar-se, um aliado de uma ou várias grandes potências das potencias imperialistas. O Centrismo, independentemente da sua política de ziguezague e de seu uso da terminologia "Marxista", sempre tende a se adaptar a uma ou outra facção da burocracia reformista e serve como suas tropas auxiliar à “esquerda".

A vanguarda dos trabalhadores e de todos os socialistas devem romper com todas estas variações políticas de becos sem saída. Temos que escolher um caminho diferente. Como a classe trabalhadora e dos oprimidos não possui um partido revolucionário de combate – tanto nacionalmente, como em todo o mundo – elas não podem ter sucesso na sua luta pela libertação. Para ter sucesso contra seus inimigos poderosos, a classe trabalhadora deve ter um partido com um programa claro – delineando o caminho da situação atual para a conquista do poder. Ela precisa de um partido que concretize um programa desse tipo em uma série de estratégias e táticas relacionadas com as novas condições de luta de classes. E deve ser um partido que acompanhe um programa com uma organização de combate de quadros forjados que atuam de forma coordenada, centralizada como um único punho cerrado para a luta de classe proletária.

Portanto, a tarefa mais urgente no período atual é a Fundação oportuna de partidos revolucionários e um novo Partido Mundial da Revolução Socialista.

 


VI.          O Trabalho em Organizações de Massa e a Tática da Frente Única

 

A necessária luta contra o reformismo e populismo não deve, sob nenhuma circunstância, ser confundida com qualquer forma de sectarismo às organizações de massas da classe trabalhadora. Em um período de ascensão da luta de classes, tendo em conta a dominância das burocracias reformistas e populistas nas organizações populares de massa e de trabalhadores por um lado, e por outro lado, a pequena dimensão das forças revolucionárias autênticas, a aplicação da tática da frente única desempenha um lugar central no arsenal dos revolucionários. É um elemento fundamental na concretização do objetivo estratégico fazer com que a classe trabalhadora rompa com a traiçoeira burocracia operária. Tais táticas devem centrar-se em atividades práticas e devem incluir o mobilizar e organizar militantes da base, criando exigências para os líderes, alertando os trabalhadores contra ter ilusões na liderança burocrática, além da independente agitação e propaganda. Assim, a tática da frente única deve andar de mãos dadas com a denúncia afiada contra toda a burocracia, reformista e/ou populista, e a recusa firme e de forma ostensiva a qualquer bloco estratégico com qualquer facção da burocracia da "esquerda". Esta é a única maneira de defender a independência política da classe trabalhadora de a influência burguesa.

Continua a ser crucial trabalhar dentro dos sindicatos e organizações populares de massa e outros trabalhadores no sentido de torná-los revolucionários. Os comunistas, portanto, devem organizar-se em facções e ajudar na construção de um amplo movimento das bases para lutar contra a privilegiada burocracia e para, finalmente, derrubá-la. No entanto, os revolucionários também estão cientes de que os sindicatos organizam geralmente apenas uma pequena minoria da classe trabalhadora. Além disso, os sindicatos muitas vezes são dominados pela aristocracia operária ou pelos setores mais abastados do proletariado. Portanto, é crucial durante as lutas utilizar todas as oportunidades para criar as comissões de fábrica e órgãos semelhantes a fim de alargar a base de trabalhadores organizados. Além disso, os revolucionários devem se esforçar para organizar os estratos de mais baixas rendas da classe trabalhadora e as camadas oprimidas dentro dos sindicatos, bem como garantir que representantes dessas camadas alcancem posições de liderança, para que o domínio da camada aristocrática possa ser eliminado.

Essa orientação para os estratos de mais baixo renda da classe trabalhadora e dos oprimidos é particularmente crucial no presente período, quando muitos sociais-democratas, estalinistas e partidos centristas mais do que nunca são dominados pelos setores dos intelectuais de classe média e aristocracia operária. Isto resultou na criação de uma cultura de "elitismo" e "aristocratismo" dentro o meio da esquerda pequeno-burguesa, repleto de arrogância para com os estratos mais baixos do proletariado, dos imigrantes e dos oprimidos e ficando totalmente isolados destes setores.

Em contraste com tal elitismo, a CCRI direciona seus esforços na construção de partidos revolucionários principalmente ao proletariado do Sul e para os estratos mais baixos da classe trabalhadora e dos oprimidos, nos países imperialistas.

O declínio e a degeneração dos partidos reformistas, a completa ausência de qualquer partido em muitos países, e a intensificação da luta de classes, tudo torna a aplicação da tática da frente única extremamente urgente. Nos países, onde nenhum partido operário burguês não burguês (nem mesmo um reformista uma) existe ou onde partes dos trabalhadores burguês (nem mesmo do tipo reformista) existe ou os partidos operários burgueses já estão tão degenerados que repelem a vanguarda dos trabalhadores, os revolucionários chamam a organizações de vanguarda e a massa dos trabalhadores a fundar um novo partido de trabalhadores (ou "Partido Trabalhista"). Na luta por esses novos partidos de trabalhadores, estágios intermediários são certamente concebíveis. Revolucionários inicialmente podem promover alianças para esse objetivo ou pela Fundação de novas organizações das camadas oprimidas (por exemplo, organizações de imigrantes), que também poderiam estar nas eleições. Além disso, a entrada como facção em um partido reformista existente ou partidos pequeno-burgueses, com base em um programa revolucionário, também é uma tática legítima.

Temos visto tentativas para fundar novos partidos de trabalhadores no Brasil na década de 1980 e, atualmente, na África do Sul e Bolívia. O exemplo brasileiro de PT de Lula demonstra que os revolucionários têm de lutar contra o perigo de uma degeneração reformista de qualquer novo partido de trabalhadores. Eles devem fazê-lo se contrapondo com uma estratégia revolucionária, ou seja, um programa completo de transição, como o programa do partido, contra o programa reformista mais "dominante". Os revolucionários devem encontrar uma tendência revolucionária dentro de um partido que vá lutar para a liderança, expondo a traição dos reformistas e dos centristas em lutas reais. Isso pode ser feito apresentando um número de demandas transitórias mínimas apropriadas que irá unificar e mobilizar os trabalhadores e os oprimidos contra a inimiga classe capitalista. Nessas bases, os revolucionários devem usar a tática da frente única junto com outras forças contra o inimigo comum de acordo com o princípio "marchar separadamente, lutar juntos."

No entanto, os revolucionários não devem ser sectários. Em outras palavras, eles devem entrar em tal um partido de trabalhadores, apresentar seu programa e, em sendo rejeitado, não sair imediatamente do partido. Uma tática tão sectária como essa estaria apenas a serviço das forças reformistas tentando controlar o partido. Os comunistas devem tentar conquistar a juventude e os trabalhadores de base e as forças de esquerda dentro do partido, propondo campanhas concretas que ajudam a avançar a luta de classes e o desenvolvimento político do partido para uma direção militante socialista.

Claro, mais cedo ou mais tarde, o partido vai se encontrar numa encruzilhada: ou vai desenvolver-se em uma direção revolucionária e tornar-se um partido verdadeiramente socialista ou irá degenerar burocraticamente e ser transformado em uma força reformista. Quando os revolucionários se comprovarem demasiado fracos para deter a degeneração reformista de um partido, eles serão obrigados a romper com tal partido.

 


VII.        O Sul Semicolonial

 

A mudança crescente da produção capitalista das velhas metrópoles imperialistas (EUA, Europa Ocidental e Japão) para o mundo semicolonial, bem como a China resultou em uma mudança decisiva do centro do proletariado mundial ao sul (do hemisfério). Dado o fato de que a grande maioria da classe trabalhadora internacional vive no Sul, e que as contradições do capitalismo mundial também aparecem em suas formas mais nítidas lá, é mais provável que a Revolução Mundial começará e inicialmente focalizada no mundo semicolonial ou nos países imperialistas emergentes como a China.

Portanto, cada organização revolucionária internacional deve colocar ênfase em estudar os problemas da luta de classes destas regiões e deve construir seções principalmente lá. Por outro lado, deve evitar qualquer centralidade no Estados Unidos ou Europa Ocidental, algo que é tão típico de muitas tendências centristas.

Essas seções destinam-se a fornecer uma breve visão geral das principais questões da estratégia revolucionária em diferentes partes do mundo. Elas devem ajudar os revolucionários a concretizar o programa revolucionário em suas próprias regiões. Isto de tudo é o mais importante a partir do momento em que a tarefa crucial no presente período é intensificar uma intransigente propaganda por um programa socialista para classe trabalhadora, para avançar a auto-organização independente da classe trabalhadora e, mais importante, a formação de partidos revolucionários como seções de uma nova Internacional dos Trabalhadores.

 

O Oriente Médio e o Norte da África

A Revolução Árabe, que se espalhou como fogo em 2011 e derrubou uma série de ditadores, posteriormente sofreu uma série de derrotas. A mais importante delas foi o golpe militar de julho de 2013, no Egito. O surgimento da força reacionária do Daesh / (Estado Islâmico) é um reflexo disso, e em grande medida, um produto do período de recuo atualmente sendo experimentado pela Revolução Árabe.

No entanto, a revolução árabe está em curso e certamente não foi decisivamente derrotada como é claramente atestada pela Revolução Síria, a heroica resistência Palestina contra a agressão sionista em 2012 e 2014, a guerra defensiva dos iemenitas contra a agressão da Arábia Saudita, as contínuas lutas populares no Egito e na Líbia, a derrota do golpe militar de julho de 2016 na Turquia, e a como sempre vital luta de libertação do povo curdo.

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Apoiar as lutas populares em curso que atualmente centram principalmente nas demandas democráticas; participar na formação das milícias populares e dos trabalhadores;

* Defender a revolução árabe contra a intensificação da agressão militar das Grandes Potências;

* Defender a tática da frente única com todas as forças (incluindo várias forças islamitas) que estão engajadas nas lutas populares contra as ditaduras, bem como contra as grandes potências imperialistas e seus lacaios locais, enquanto ao mesmo tempo não dar nenhum apoio político para tais forças.

 

América Latina

Na década de 1990 e na primeira década do novo milênio, um certo número de governos progressistas populistas-burgueses e a frente popular chegou ao poder no contexto de um aumento massivo de luta de classes (por exemplo, o Argentinaço de 2001/02, Bolívia em 2003-2005, etc.). Estes governos tentaram utilizar o aumento explosivo nos preços das matérias-primas no mercado mundial, juntamente com a emergência da China como um contrapeso imperialista da tradicional dominação estadunidense do continente. No entanto, todos estes governos não estavam dispostos e estavam incapazes de romper com o capitalismo e, portanto, quando o boom de preços de matérias-primas desabou, entraram em uma crise profunda.

América Latina se encontra atualmente numa fase de reacionária ofensiva por parte da classe dominante, em que fazem a tentativa de aniquilar as conquistas sociais e democráticas das massas populares. Os exemplos mais proeminentes de tais ofensivas reacionárias são o institucional golpe de Estado contra o governo do PT no Brasil em 2016; a vitória eleitoral de Macri, na Argentina; o total ataque da oposição de direita ao governo Maduro na Venezuela; e a restauração capitalista em Cuba sob a liderança dos Castros. No entanto, esta ofensiva reacionária inevitavelmente provoca lutas de massas, como a que assistimos, por exemplo, nas mobilizações de anti-golpe de estado no Brasil, a luta heroica dos professores mexicanos que resultou até mesmo em situações poder duplo em várias regiões do país, e as greves massivas na Argentina.

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Participar das lutas em massa contra as ofensivas reacionárias das classes dominantes;

* Defender os direitos democráticos e conquistas sociais, contra a ofensiva reacionária da classe dominante (que inclui a defesa dos governos de frente popular contra qualquer golpe de estado ou intervenção imperialista, enquanto ao mesmo tempo não dar qualquer apoio político para esses governos;

* Fazer avançar a organização independente da classe trabalhadora e trabalhar para que os trabalhadores e organizações populares rompam com as Frentes populares e os governos.

 

Ásia

Lar de 60% da população do mundo e localização das cruciais imperialistas grandes potências (China, Japão, Rússia), dos Estados Imperialistas menores (Coreia do Sul, Austrália) assim como de semicolônias importantes (por exemplo, Índia, Paquistão, Bangladesh, Indonésia), a Ásia será o mais importante continente no processo revolucionário do mundo futuro.

A classe trabalhadora e os oprimidos da região têm experimentado ambas períodos de crescimento importantes da luta de classes (na Índia, por exemplo, a greve geral de setembro de 2015 em que 150 milhões de trabalhadores participaram; a campanha massa das mulheres e os protestos contra os estupros em grupo; a luta camponesa liderada pelos Naxalite) assim como graves derrotas (por exemplo, o esmagamento da independência Tamil Eelam em 2009 pelo regime do Sri Lanka e o golpe militar de 2014 na Tailândia). Além das rivalidades inter-imperialistas no leste da Ásia (EUA e Japão vs China), no atual período, a luta de classes deve ser focada ao longo de dois eixos principais:

a) Questões democráticas fundamentais e económicas (lutas contra as ditaduras, pela libertação nacional e contra a pobreza, etc.)

b) Contra a agressão imperialista e ocupação (por exemplo, a guerra dos EUA no Afeganistão e noroeste do Paquistão, dos EUA vs Coreia do Norte e China vs Vietnã)

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Apoiar todas as lutas dos trabalhadores e dos oprimidos em defesa dos seus direitos democráticos e sociais (incluindo apoio às demandas dos camponeses para terra, bem como a resistência popular contra os projetos ecologicamente desastrosos, com o objetivo de aprofundar a aliança entre os trabalhadores e os camponeses pobres);

* Defender os povos oprimidos contra a agressão imperialista, e ao mesmo tempo não dar nenhum apoio político para as lideranças não-revolucionárias;

* Trabalhar para o rompimento das massas da classe trabalhadoras, dos camponeses pobres e dos pobres urbanos com relação às forças políticas burguesas e pequeno-burguesas.

 

África Subsaariana

África Subsaariana é o continente com a população e a economia de crescimento mais rápido do mundo. É um principal objeto de desejo das grandes potências imperialistas – em especial os EUA, UE e a China. A existência combinada das vergonhosas condições de vida das massas populares, a opressão brutal por ditaduras corruptas, a crescente interferência por parte das grandes potências, a limitada a industrialização e o crescimento da classe trabalhadora – todos esses fatores inevitavelmente pavimentam a estrada para futuras turbulências políticas e sociais.

Não é surpreendente, portanto, que o continente tem testemunhado um tremendo aumento de greves e manifestações em massa desde 2011. A heroica greve mineira em Marikana (África do Sul) em 2012, a revolta popular democrática em Burkina Faso (2014), Burundi (2015) e os frequentes protestos em massa contra o regime de Mugabe no Zimbábue inequivocamente atestam a inflamabilidade da situação nesta região. Além disso, a ruptura de políticos do NUMSA com o governo de frente popular do ANC abre as portas para a formação de um novo Partido de massa de trabalhadores na África do Sul.

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Apoiar todas as lutas dos trabalhadores e oprimidos contra a pobreza e as ditaduras, bem como auxiliar as lutas dos camponeses e as lutas populares contra projetos ecologicamente desastrosos;

* Apoiar a resistência popular contra a super-exploração por parte das corporações multinacionais e contra a intervenção das Grandes Potências e de seus lacaios locais;

* Fazer avançar a luta pela independência política da classe trabalhadora (por exemplo, independência dos sindicatos com relação ao Estado, com relação aos novos partidos de trabalhadores, etc.).

 


VIII.       As potências imperialistas emergentes do Oriente: China e Rússia

 

A emergência da China e da Rússia como imperialista nova grandes potências estão entre os desenvolvimentos políticos mais importantes da política mundial desde o colapso do stalinismo em 1989-91. Como novas potências, as classes dos respectivos dirigentes destes países são obrigadas a desafiar a ordem mundial dominada pelos antigos mestres imperialistas – a U.S., a UE e o Japão. Esta rivalidade inevitavelmente resulta em aumento de tensões e, eventualmente, se a revolução socialista não para os beligerantes com antecedência, uma terceira guerra mundial. Um dos fatores-chave para a ascensão da China e da Rússia foi a existência de uma ditadura estável (na China) ou semi-ditadura (na Rússia), que assegura a exploração bem-sucedida da classe trabalhadora doméstica, a difusão desimpedida da propaganda chauvinista e a supressão de qualquer resistência popular (greves de trabalhadores, protestos de camponeses, revoltas nacionais).

No entanto, China e Rússia não podem escapar as acelerações contradições do capitalismo como já testemunhamos nas falhas do mercado de ações de 2015 na China. Mais cedo ou mais tarde a intensificação das contradições subterrâneas vão provocar explosões sociais e políticos. Com efeito, um dos eventos mais importantes, se não o mais importante, a luta de classe global nos próximos anos pode ser a eclosão da revolução chinesa.

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Lutar contra o chauvinismo e o militarismo de sua própria classe imperialista dominante;

* Apoiar lutas para exigências econômicas, bem como democráticas e juntá-las para a luta pelo poder da classe trabalhadora.

 


IX.          As velhas potências imperialistas: UE, América do Norte e Japão

 

Desde o fim da segunda guerra mundial, os EUA tem sido o poder absoluto dominante entre os Estados imperialistas. A emergência da China e a Rússia fez com que terminasse este período, mesmo que os EUA permaneçam ainda relativamente sendo o poder mais forte. O declínio dos Estados Unidos tem provocado, por um lado, um aumento setores ultrarreacionários, racistas e beligerantes da burguesia com significativo apoio entre a classe média (por exemplo, o movimento, Tea Party, Donald Trump) e, por outro lado, uma escalada na luta de classes (por exemplo, greve na Verizon, o movimento blackLives Matter (Vidas Negras São importantes).

O governo de Shinzō Abe reflete a determinação da classe dominante japonesa para fazer avançar as reformas domésticas contra a classe trabalhadora e para derrubar a constituição “pacifista" e transformar o Japão em uma agressiva grande potência militar.

A classe trabalhadora na Europa se depara com uma ofensiva reacionária por parte de sua classe dominante. Seus governos combinam uma continuação de sua cruel ofensiva de austeridade com crescente chauvinismo contra imigrantes (especialmente os muçulmanos) e o estabelecimento dos antidemocráticos estados policiais junto como aumento de aventuras militares no exterior (principalmente no norte da África e Oriente Médio). A aceleração das contradições capitalistas intensificam duas tendências: de um lado, a subjugação dos países europeus semicoloniais (por exemplo, Grécia, Portugal, Irlanda e Europa Oriental) sob o pesado comando das grandes potências líderes da União Europeia (Alemanha, França); por outro lado, o conflito entre esses setores da burguesia imperialista Europeia que se esforçam no sentido da formação de um superestado imperialista Pan-Europeu e aqueles que optam por um Estado-nação imperialista "independente" (por exemplo, o referendo BREXIT na Grã-Bretanha).

As tarefas cruciais para os revolucionários no próximo período são:

* Lutar contra as ofensivas de austeridade, bem como contra o chauvinismo e o militarismo de sua própria classe dominante imperialista;

* Apoiar a luta dos países semicoloniais como a Grécia para sair da UE; nenhum apoio para a UE nem para um estado nacional imperialista independente – abstenção em qualquer referendo nos Estados imperialistas sobre a questão de ficar ou sair da UE; pelos Estados Unidos socialistas da Europa!

* Lutar contra os partidos reformistas – por novos Partidos de Trabalhadores!


X.            Conclusão

 

Perante a ofensiva reacionária, a CCRI apela a todas as organizações revolucionárias sinceras e ativistas em todo o mundo a se unirem na luta por uma autêntica organização Marxista internacional – em que seja o bolchevismo aplicado às condições do século XXI. Essa organização internacional precisa de clareza teórica e prática. Deve ser baseada em um entendimento comum da aplicação do programa revolucionário para as principais questões da luta de classes Internacional de hoje. Ela não só deve proclamar o caminho para a libertação, mas deve também apontar e lutar contra todos os obstáculos. Em outras palavras, deve levar a luta contra as numerosas forças de esquerda-reformistas e centristas que desorientam e enganam a classe trabalhadora sob a bandeira do "Marxismo" – que é um "marxismo" desprovido de seu caráter revolucionário , um "marxismo" convenientemente e oportunisticamente adaptado para todas as possíveis lideranças não operárias da classe trabalhadora - (Reformistas, populistas, islamitas, etc.), ou um "marxismo" que vegeta em um sectário afastamento da luta de classes.

Esses novos partidos revolucionários são forjados na luta de classes, bem como na luta ideológica contra as lideranças oficiais – os traiçoeiros burocratas trabalhistas, a Socialdemocracia, os Estalinistas, os nacionalistas e islâmicos pequeno–burgueses- os quais consciente ou inconscientemente induzem em erro os trabalhadores e os oprimidos.

Para fazer progressos significativos nesta tarefa, é vital a unidade dos revolucionários em todo o mundo. Tal unidade pode ter sucesso em construir uma forte organização Bolchevique internacional que compartilha um programa comum, bem como o entendimento comum dos métodos de construção do partido e, portanto, servir como uma formação pré-partido para a Fundação de um novo Partido Mundial da revolução Socialista. Junte-se à CCRI!


Este Manifesto deve ser lido em conjunto com programa da CCRI publicado em 2012, bem como outros grandes documentos teóricos e programáticos da CCRI que mostram mais detalhadamente nossa análise teóricas e posições programáticas com mais detalhes:

 

O Manifesto Comunista revolucionário 2012: http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/manifesto-comunista-revolucion%C3%A1rio/

 

Teses Sobre os Princípios da Tática de Frente Única e Suas Aplicações na Atuais Condições das Luta de Classes (em Inglês) http://www.thecommunists.net/theory/united-front-tactic/

 

O Marxismo e a Tática de Frente Única Hoje. A Luta Pela Hegemonia Proletaria nos Movimentos de Liberação e a Tática de Frente Única Hoje. Sobre a aplicação Marxista da Tática de Frente Única nos Países Imperialistas e Semicoloniais no Período Atual, (em Inglês) http://www.thecommunists.net/theory/book-united-front/

 

Perspectivas do Mundo-2016: O Avanço da Contra-Revolução e a Aceleração das Contradições de Classe Marcam a Abertura de uma Nova Fase Política. Teses sobre a Situação Mundial, as Perspectivas de Lutas de Classe e as Tarefas dos Revolucionários (Janeiro 2016), (em Inglês) http://www.thecommunists.net/theory/world-perspectives-2016/

 

Carta Aberta Pela Unidade revolucionária (2015) , http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/carta-aberta/

 

Revolução e Contra-Revolução no Mundo Árabe: Um Teste Crucial Para os Revolucionários, 2015),http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/revolucao-arabe/

 

A Atual Luta Pela Democracia Nos Países Imperialistas. A Teoria Marxista da Revolução Permanente e Sua Importência para as Metrópoles Iperialistas (2015) (em Inglês)http://www.thecommunists.net/theory/democracy-vs-imperialism/

 

Construindo o Partido Revolucinário na Teoria e na Prática: Revendo e Olhando Adianteapós 25 anos de Luta Organizada Pelo Bolchevismo (2014), ( em Inglês), http://www.thecommunists.net/theory/rcit-party-building/

 

Rússia Como Uma Grande Potência Imperialista. A Formação do Capital Monopolista Russo e Seu Império- Uma Resposta aos Nossos Críticos (2014) (em Inglês),http://www.thecommunists.net/theory/imperialist-russia/

 

A Teoria de Lenin Sobre o Imperialismo e o Surgimento da Rússia Como uma Grande Potência. Sobre a Compreensão e a Incompreensão da Atual Rivalidade Inter-Imperialista à Luz da Teoria de Lenin Sobre Imperialismo. Outra Resposta aos Nossos Críticos que Negam o Caráter Imperialista da Rússia ( 2014) ( Em Inglês), http://www.thecommunists.net/theory/imperialism-theory-and-russia/

 

Teses Sobre a Política Revolucionária nos Sindicatos (2014) (em Inglês),http://www.thecommunists.net/theory/theses-trade-union/

 

A Revolução de Cuba Vendida? A estrada desde a revolução à Restauração do Capitalismo (2013) (em Inglês),http://www.cuba-sold-out.net/

 

O Grande Roubo do Sul: A Continuidade e as Mudanças na Super-Exploração do Mundo Semicolonial pelo Capital Monopolista. Consequências para a Teoria Marxcista do Imperialismo, RCIT books, Vienna 2013 (em Inglês) , http://www.great-robbery-of-the-south.net/great-robbery-of-south-online/download-chapters-1/

 

A Transformação da China em uma Potência Imperialista. Um estudo dos aspectos economicos, políticos e militares da China Como uma Grande Potência ( 2012) (Em Inglês) ,http://www.thecommunists.net/theory/why-china-is-imperialist/