COVID-19: Uma impressionante manifestação em massa na Áustria apesar da proibição policial

 

Relatório (com Imagens e Vídeos) sobre os grandes protestos contra a política COVID-19 do governo austríaco em Viena em 31. Janeiro de 2021, RKO BEFREIUNG (Seção Austríaca da CCRI/RCIT), www.rkob.net e www.thecommunists.net

 

 

 

Dia 31. Janeiro Viena assistiu um evento extraordinário, pode-se dizer um evento histórico. Mais de 10 mil pessoas se manifestaram contra a política antidemocrática do governo liderado pelos conservadores – apesar da proibição da polícia, que havia sido amplamente relatada antecipadamente pela mídia, a fim de impedir a adesão das pessoas. Além disso, houve várias manisfestações menores em outras cidades da Áustria.

 

O ministro conservador do Interior havia ordenado cerca de 1.000 policiais de todo o país que tentaram acabar com a manifestação à força no centro de Viena. Ao todo, a polícia apresentou 2.300 acusações e prendeu 32 pessoas.

 

No entanto, devido ao grande número de manifestantes, era impossível para a polícia impedir que a manifestação ocorresse. No final, cerca de 10.000 (de acordo com a grande mídia, na realidade os números eram certamente muito maiores) marcharam por mais de cinco horas nas principais ruas de Viena. Devido à grande intervenção da polícia, a manifestação foi dividida em vários contingentes amplamente separados.

 

O protesto foi justamente direcionado contra as medidas despóticas e tolas do governo. Em vez de combater a pandemia COVID-19 com políticas de saúde sérias (por exemplo, hospitais públicos adicionais, mais funcionários com melhores salários), o governo utiliza a pandemia como pretexto para interesses políticos e econômicos do poder. Em tempos de pior crise da economia mundial capitalista, o governo austríaco – como muitos outros em todo o mundo – não está interessado na saúde pública, mas na expansão do estado policial e de vigilância e na degradação dos direitos democráticos. Além disso, a política de histeria e bloqueio atende aos interesses lucrativos das grandes corporações (farmacêutica, de alta tecnologia, varejo online, etc.)

 

Esta manifestação em massa mesmo sendo ilegal foi notável também porque não havia sido organizada por nenhuma organização considerável, mas exclusivamente através de mobilizações de redes menores nas mídias sociais.

 

A manifestação se destacou pelo fato de representar as amplas massas da população. Em vez de pseudo-intelectuais e hipsters mesquinhos e burgueses, a manifestação foi dominada por famílias da classe trabalhadora e classe média baixa, migrantes, velhos hippies, motoqueiros, pessoas de áreas rurais, etc. Outro desenvolvimento muito impressionante foi a solidariedade espontânea das pessoas nas calçadas e das casas.

 

Entre os slogans mais populares estavam "Paz – Liberdade – Não à Ditadura" e " Derrubar Kurz" (Kurz é o nome do primeiro-ministro conservador). Esta foi uma manifestação espontânea de massa que não foi dominada por nenhuma força política. Claro, entre a enorme massa de pessoas havia vários pequenos grupos. Algumas pessoas de esquerda, bem como grupos de direita distribuíram panfletos. Cristãos com cruz e fotos de Jesus também estavam presentes. Era possível ver continuamente pessoas com a bandeira de paz colorida.

 

 Governo e mídia apresentam a manifestação como uma dominada por extremistas de direita. Isto é simplesmente uma mentira que só serve para difamar um movimento de massa espontânea. Claro, tais forças estavam presentes. Mas a presença de 20 ou 50 direitistas dentro de uma manifestação em massa entre 10 mil e 20 mil pessoas dificilmente pode ser chamada de qeu essa direita estava "dominando"!

 

 No entanto, é fato que a chamada "esquerda" quase não estava presente na manifestação. Se houvesse um número substancial e organizado de forças de esquerda, não teria sido difícil remover qualquer provocador de direita. Mas isso não é possível, uma vez que a chamada "esquerda" quase não tem relações com a classe trabalhadora e "pessoas comuns" e não demonstra interesse em superar isso. Esse auto-isolamento de anos resultou no fato de que tal "esquerda" está confinada principalmente no meio universitário e aos bobos – e está muito feliz com essa situação.

 

 Essa existência vergonhosamente marginal foi intensificada mais recentemente pelo fato de que a maioria da "esquerda" – tanto na Áustria quanto internacionalmente – apoia a política antidemocrática de locdown dos governos capitalistas. Se eles têm alguma crítica, é que eles pregam por cada vez mais lockdowns! (por exemplo, a campanha ZeroCOVID) Alguns destes defensores de Esquerda do Lockdown tiveram a afronta de fazer atos provocativos ididotas nas calçadas contra a manifestação em massa no dia 31. Janeiro (por exemplo, gritando o slogan "Vamos vacinar todos vocês!" – um slogan que é certamente altamente popular entre os chefes das corporações farmacêuticas!)

 

 A propósito: esses "esquerdistas" também ficaram em silêncio quando o mesmo governo austríaco lançou um enorme ataque com 1.000 policiais em 9 de Novembro de 2020, quando foram as residências de várias dezenas de muçulmanos para prendê-los. Apesar das acusações mais absurdascontra eles na mídia naquele momento, foram incapazes de apresentar quaisquer fundamentações nessas acusações contra os irmãos muçulmanos até agora!

 

Ativistas da seção austríaca da   CCRI/RCIT participaram da manifestação. Nós fizemos reivindicações por:

 

* Expansão maciça do serviço público de saúde – sob controle da população trabalhadora e não de corporações de drogas e políticos corruptos!

 

* Abaixo a política de bloqueio e restrições dos direitos democráticos! Sem polícia e estado de vigilância!

 

Parem com o ódio contra os refugiados! Nenhuma perseguição aos nossos irmãos e irmãs muçulmanos!

 

* Sem cortes nos salários, sem demissão! Para um programa de emprego público! Desapropriação de corporações sob controle dos trabalhadores!

 

 

 

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Nossa organização internacional – a RCIT – analisou extensivamente a contra-evolução COVID-19 desde o seu início. A partir de 2 de fevereiro, publicamos mais de 70 panfletos, ensaios, artigos e declarações, além de um livro que são todos compilados em uma sub-página especial em nosso site: https://www.thecommunists.net/worldwide/global/collection-of-articles-on-the-2019-corona-virus/. Em particular, encaminhamos os leitores para o RCIT Manifesto: COVID-19: Uma Cobertura para uma Grande Ofensiva Contra-volucionária Global. Estamos em um ponto de virada na situação mundial, pois as classes dominantes provocam uma atmosfera de guerra a fim de legitimar o acúmulo de regimes chauvinistas de estado-bonapartist, 21 de março de 2020, https://www.thecommunists.net/worldwide/global/covid-19-a-cover-for-a-major-global-counterrevolutionary-offensive/. Além disso, chamamos a atenção para nosso livro de Michael Pröbsting: The COVID-19 Global Counterrevolution: What It Is and How to Fight It. Uma análise marxista e estratégia para a luta revolucionária, RCIT Books, abril de 2020, https://www.thecommunists.net/theory/the-covid-19-global-counterrevolution/. Veja também nosso primeiro artigo sobre esta questão por Almedina Gunić: Coronavirus: "Eu não sou um Vírus"... mas seremos a Cura! A campanha chauvinista por trás da histeria "Wuhan Coronavirus" e a resposta revolucionária, 2 de fevereiro de 2020, https://www.thecommunists.net/worldwide/global/wuhan-virus/