Irã: Longa Vida para revolta popular contra o regime mulá!

 

Unir-se às insurreições populares no Iraque, Líbano, Síria, etc. em uma única Intifada! Abaixo as sanções dos EUA contra o Irã!

 

Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI/ em inglês-RCIT) 18 de novembro de 2019, www.thecommunists.net

 

 

 

1.             Começou uma revolta popular contra o regime capitalista tirânico no Irã. Atualmente, as informações são limitadas, pois o regime bloqueou a Internet para a maioria das pessoas. No entanto, relatórios da agência de notícias estatal iraniana, IRNA, ou da agência de notícias semi-oficial Fars, mostram, sem sombra de dúvida, que uma rebelião em massa está se espalhando por todo o país desde 15 de novembro. Segundo esses relatórios, grandes protestos são realizados em mais de 100 cidades e vilas iranianas (por exemplo, em Abadan, Ahvaz, Bandar Abbas, Behbahan, Birjand, Doroud, Gachsaran, Garmsar, Gorgan, Ilam, Isfahan, Karaj, (Kerman, Khoramshahr, Mahshahr, Mashhad, Mehdishahr, Qazvin, qom, Sanandaj, Shahroud, Sirjan, Shiraz, Shoshtar e Teerã). Esses protestos geralmente levam a confrontos violentos com a polícia que estão tentando reprimir protestos com grande brutalidade; 100 bancos foram incendiados e um grande número de delegacias foi atacado; 1.000 manifestantes foram presos e pelo menos duas pessoas morreram (incluindo um policial).

 

2.             Os protestos foram desencadeados pelo anúncio do regime de que o preço da gasolina aumentaria 50% durante os primeiros 60 litros (16 galões) e 300% para qualquer valor mais alto a cada mês. A medida deve acrescentar 300 bilhões de riais (US$ 2,55 bilhões) por ano, de acordo com o chefe de planejamento e organização e orçamento do país, Mohammad Bagher Nobakht. Cerca de 60 milhões de iranianos (isto é, três quartos da população total) em necessidade, receberiam com essa medida pagos que variam de 550.000 riais (US$ 4,68) para casais, a pouco mais de dois milhões de riais (US $ 17,46) para famílias com cinco ou mais membros. Sob esse esquema, motoristas com cartões de combustível pagarão 15.000 rials (13 centavos de dólar) por litro, pelos primeiros 60 litros de gasolina comprados a cada mês, e cada litro adicional lhes custará 30.000 rials.

 

3.             Os aumentos de preços são principalmente uma tentativa dos capitalistas de reterem seus lucros em um período de crise e declínio do sistema capitalista. É por isso que vimos esse tipo de medida em muitos países ao redor do mundo nos últimos anos e décadas. No início de outra grande recessão da economia capitalista mundial, vimos aumentos de preços semelhantes no Equador, Chile e Líbano nas últimas semanas, que também causaram protestos em massa.

 

4.             Naturalmente, isso não impede a ditadura iraniana de culpar "vândalos" e "inimigos estrangeiros" pelo levante popular (governantes reacionários em outros países afetados por rebeliões em massa usam os mesmos métodos de difamação.) O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, denunciou os protestos e disse: "Todos os centros do mal no mundo que estão contra nós encorajaram" os protestos nas ruas. O presidente Hassan Rouhani alertou que "anarquia e perturbação" não seriam toleradas. O regime, sem dúvida, teme um mal-estar semelhante ou ainda mais poderoso como o que ocorreu no final de 2017, quando 22 pessoas morreram durante protestos em 80 cidades e vilarejos com mais baixo padrão de vida.

 

5.             O imperialismo americano finge simpatizar com o levante iraniano. O secretário de Estado Mike Pompeo declarou hipocritamente: "Tenho uma mensagem para o povo do Irã: os Estados Unidos os ouvem. Os Estados Unidos os apóiam. Os Estados Unidos estão com vocês.” Obviamente, isso não passa de cinismo hilário, uma vez que o governo Trump impôs severas sanções econômicas contra o Irã, que afetam principalmente as pessoas comuns. E se os imperialistas dos EUA teriam alguma simpatia pelas pessoas que sofrem com a ditadura e a repressão brutal, por que apoiar o estado sionista de Israel, que comete os piores crimes contra o povo palestino, ou a monarquia saudita que sacrifica o povo no Iêmen, ou o regime bárbaro no Egito do general Sisi - o "ditador favorito" de Trump (citação textual) ?! Não, os EUA são o inimigo do povo iraniano e de todos os outros povos oprimidos!

 

6.             A Corrente Comunista Revolucionária Internacional- CCRI apoia sem reservas a revolta popular dos trabalhadores iranianos e pobres. A luta popular merece o apoio incondicional de todos os socialistas e do mundo inteiro, porque é uma luta totalmente legítima contra uma ditadura capitalista de empresários totalmente corruptos, generais reacionários e mulás hipócritas.

 

7.             Por outro lado, a CCRI chama à solidariedade com a revolta devido ao papel arqui-reacionário do estado iraniano na Síria e no Iraque. Na Síria, o general Soleimani e suas tropas de choque da Guarda Revolucionária Islâmica (GRI) desempenharam um papel crucial na manutenção do regime tirânico de Assad no poder, que enfrenta uma revolta popular revolucionária por mais de oito anos e meio. Da mesma forma, no Iraque, onde as milícias alinhadas da GRI são fundamentais na repressão brutal de manifestações de massa que abalam o país por várias semanas.

 

8.             Obviamente, o objetivo imediato dos levantes populares é o cancelamento de aumentos drásticos dos preços. Para isso, é necessário organizar uma greve geral por tempo indeterminado em âmbito nacional. Para continuar e aprofundar a luta, é urgente que as massas se organizem em conselhos populares em locais de trabalho, bairros, universidades e cidades. Assim como eles precisam formar comitês de autodefesa para combater a polícia e o exército. No entanto, desde a CCRI dizemos que a luta deve ser combinada com a perspectiva da derrubada revolucionária do regime e sua substituição por um governo de trabalhadores e camponeses pobres, baseado nos comitês de ação popular.

 

9.             A revolta popular no Irã é outro evento importante do processo revolucionário no Oriente Médio - a grande Revolução Árabe que começou em 2011. Por outro lado, o Irã se juntou à onda mundial da luta de classes, que agita a ordem Capitalista mundial há meses. Nós da CCRI dizemos: as lutas no Chile, Equador, Honduras, Haiti, Bolívia, Catalunha, Líbano, Iraque, Irã, Síria, Egito, Hong Kong - todas essas revoltas populares por liberdade e justiça social devem se unir em uma única Intifada ! A CCRI apela à solidariedade internacionalista baseada no apoio a todas essas lutas dos trabalhadores e oprimidos, assim como na oposição anti-imperialista contra todas as Grandes Potências (Estados Unidos, China, UE, Rússia e Japão).

 

10.          Para promover o levante popular no Irã, assim como em outros países, é essencial que os revolucionários defendam um claro programa da revolução socialista. Desde a CCRI, chamamos combatentes da libertação de todo o mundo para participar da construção de partidos revolucionários - em combinação com a construção de um partido revolucionário mundial! Junte-se à CCRI para enfrentar esta grande tarefa!

 

* Pelo cancelamento imediato dos aumentos de preços!

 

* Construir conselhos populares em locais de trabalho, bairros, universidades e vilarejos!

 

* Criar comitês de autodefesa!

 

* Organizar uma greve geral! Vitória para a revolta popular!

 

* Por um governo de trabalhadores e camponeses pobres!

 

* Fim das sanções imperialistas contra o Irã!

 

* Marinha dos Estados Unidos e seus aliados - fora do Golfo Pérsico!

 

* Unir a revolta no Irã com a segunda onda da revolução árabe! Viva a revolução socialista mundial!

 

* Por um partido revolucionário como parte de um partido revolucionário mundial!

 

 

 

Secretaria Internacional da CCRI/ RCIT