Rússia e China – Grandes Potências Imperialistas

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Rússia e China – Grandes Potências Imperialistas

Um resumo da análise da CCRI-Corrente Comunista Revolucionária Internacional (em inglês RCIT)

Por Michael Probsting, 28 de Março de 2014, www.thecommunists.net

 

Introdução

 

O mundo tem sofrido grandes mudanças desde o início do novo período histórico que começou com a Grande Recessão de 2008. Entre os acontecimentos mais importantes a força crescente da Rússia como potência imperialista e o surgimento da China como uma nova potência imperialista. O contexto do declínio criado pela crise no capitalismo levou a uma escalada significativa na rivalidade entre as potências imperialistas – sendo o mais proeminente entre os EUA, a EU (União europeia) e o Japão, de um lado e da Rússia e China, por outro. Exemplos da agudização da rivalidade inter-imperialista são a guerra entre a Rússia e a Geórgia com apoio dos EUA em 2008; crescentes tensões China e Japão em torno das ilhas Diaoyu / Senkaku no Mar da China Oriental; o desentendimento russo-americano sobre a guerra civil na Síria; e, mais recentemente, o conflito internacional relacionado com a crise na Ucrânia. (1)

A fim de compreender a dinâmica política global deste novo período histórico e para construir as táticas corretas para a luta de classes, cabe aos marxistas para elaborar uma análise científica do caráter de classe de todas as grandes potências envolvidas. Enquanto há décadas marxistas aceitam como verdade inquestionável que os EUA, a União Europeia-UE e o Japão são estados imperialistas, os marxistas ainda febrilmente debatem o caráter de classe da Rússia e da China. Muitos dos participantes neste debate, ou tem uma compreensão superficial, impressionista, do imperialismo russo ou eles totalmente se recusam a aceitar o caráter imperialista dessas duas potências. Obviamente, além de sua importância teórica, esta questão também tem consequências práticas enormes para o desenvolvimento de um programa revolucionário. Embora, obviamente, cada conflito precisa ser estudado concretamente, para os marxistas, na tradição de Lenin e Trotsky um princípio amplamente aceito é adotar uma posição de derrotismo revolucionário em todos os conflitos entre as potências imperialistas. Ao mesmo tempo, este princípio se refere sempre o apoiar um país semicolonial que esteja lutando contra o imperialismo.

O RCIT tem elaborado extensos estudos do caráter de classe de Rússia e China. (2) A fim de tornar a nossa análise mais acessível para os marxistas em geral, neste documento nós fornecemos um resumo de nossa análise do imperialismo russo e chinês. Esta análise está dividida em três seções: a primeira apresenta a nossa definição geral de um Estado imperialista; a segunda apresenta um panorama econômico e político da China; e o terceiro faz o mesmo para a Rússia.


I.            Qual o Critério para definir um Estado Imperialista?

 

Antes de apresentar uma visão concreta das características da Rússia como um Estado imperialista, devemos começar por esclarecer a nossa definição de um Estado imperialista. Nosso entendimento metodológico do imperialismo é baseado na teoria de Lênin, que se tornou a base para o marxismo revolucionário do início do século 20. (3)

Lenin descreveu a característica essencial do imperialismo como a formação de monopólios que dominam a economia. Relacionado a isso, destacou a fusão do capital bancário e industrial em capital financeiro, o aumento da exportação de capital juntamente com a exportação de commodities, e a luta por esferas de influência, especificamente colônias. Como Lenin escreveu em O Imperialismo e a divisão do Socialismo - seu ensaio teórico mais abrangente sobre o imperialismo:

Nós temos que começar com uma tão precisa e completa definição quanto possível do que entendemos por imperialismo. Imperialismo é um estágio específico do capitalismo. Esta etapa é tripla: o imperialismo é capitalismo monopólico; parasitário ou capitalismo em putrefação; é o capitalismo moribundo. A substituição da livre competição pelo monopólio é um atributo econômico fundamental, é a essência do imperialismo. O monopólio se manifesta em cinco principais formas: (1) Cartéis, sindicatos ou trustes – a concentração de produção alcança um grau que dá origem à estas associações monopolísticas de capitalistas; (2) A posição monopolista dos grandes bancos – três, quatro ou cinco gigantes no sistema bancário manipulam toda a vida econômica da América, França e Alemanha; (3) Captura de fontes de matérias-primas pelos trustes e a oligarquia financeira (capital financeiro é capital industrial monopolizado amalgamado com capital bancário); (4) A partilha (econômica) do mundo por cartéis internacionais já começou. Há mais de uma centena de cartéis internacionais que comandam o mercado mundial em sua totalidade e o divide “amigavelmente” entre eles – até que a guerra o repartilhe. A exportação de capital, uma forma distinta de exportação de mercadorias sob o capitalismo não-monopólico, é um fenômeno altamente característico e está claramente ligado com a repartição político-territorial e econômica do mundo; (5) A partilha territorial do mundo (em colônias) foi completada.(4)

A característica de uma potência imperialista tem que ser vista na totalidade de sua posição econômica, política e militar na hierarquia global de estados. Assim, um determinado estado deve ser visto não só como uma unidade separada, mas em primeiro lugar na sua relação com outros estados e nações. Igualmente, as classes sociaispodem apenas ser entendidas em relação às outras. Um estado imperialista geralmente entra em um relacionamento com outros estados e nações que ele oprime, de uma forma ou de outra, e super-explora - ou seja, se apropria de uma parte do valor capitalista produzido. Novamente, isto tem que ser visto em sua totalidade, ou seja, se um estado ganha alguns lucros do investimento estrangeiro, mas tem que pagar muito mais (o serviço da dívida, repatriação de lucros, etc) para os investimentos estrangeiros de outros países, esse estado normalmente não pode ser considerado como imperialista.

Finalmente, queremos salientar a necessidade de se considerar a totalidade da posição econômica, política e militar de um estado na hierarquia global de estados. Assim, podemos considerar um determinado estado como imperialista ainda é economicamente mais fraca, mas ainda possui uma posição política e militar relativamente forte (como a Rússia antes de 1917 e, novamente, no início de 2000). Uma posição política e militar tão forte pode ser usado para oprimir outros países e nações, e de se apropriar de valor capitalista deles.

Visualizar um estado no contexto da ordem imperialista mundial também é importante porque os estados imperialistas particularmente menores (como a Austrália, Bélgica, Suíça, Holanda, Áustria, nos países escandinavos, etc) não são, obviamente, iguais aos das grandes potências, mas sim estão subordinados a eles. Sozinhos, eles não poderiam desempenhar um papel imperialista. No entanto, apesar de serem desiguais para as grandes potências - a propósito, mesmo entre as grandes potências entre si é constante a rivalidade e sem paridade - esses estados imperialistas menores não são super-explorados pelas grandes potências. Como resultado, enquanto não há transferência significativa de valor a partindo desses estados imperialistas menores para as grandes potências, há uma transferência significativa de valor a partir das semi-colônias para esses estados imperialistas menores. Eles garantem esta posição privilegiada, inserindo alianças econômicas, políticas e militares com as grandes potências como a UE, OCDE, FMI, Banco Mundial, a OMC, a OTAN, e várias "parcerias".

Em suma, nós definimos um estado imperialista da seguinte forma: Um estado imperialista é um estado capitalista cujos monopólios e aparelho de Estado tem uma posição na ordem mundial, onde em primeiro lugar, dominar outros estados e nações. Como resultado, eles ganham lucros-extras e outras vantagens econômicas, políticas e / ou militares de tal relação baseada na super-exploração e opressão.

Achamos que tal definição de um Estado imperialista está de acordo com a breve definição que Lenine deu em um de seus escritos sobre o imperialismo, em 1916: "... grandes potências imperialistas (ou seja, os poderes que oprimem um número inteiro de nações e os enredam na dependência sobre o capital financeiro, etc) ..." (5)

 

Imperialismo e Super-Exploração

 

Um importante - ainda que não somente este - aspecto do imperialismo é a super-exploração sistemática e maciça do mundo colonial e semi-colonial pelos monopólios imperialistas e estados. Em nosso livro, O Grande Roubo do Sul, elaboramos basicamente quatro formas diferentes de super-exploração pelo qual o capital monopolista obtém lucros extras de países coloniais e semi-coloniais:

i) a exportação de capital como investimento produtivo

ii) a exportação de capital como capital-dinheiro (empréstimos, reservas cambiais, a especulação, etc)

iii) a transferência de valor via intercâmbio desigual

iv) a transferência de valor via imigração

A mais-valia é a parte do valor de troca capitalista, que é apropriada pelos capitalistas (para reinvesti-la ou consumi-la), em vez de pagar por eles como despesas variáveis ou constantes de capital (salários, máquinas, matérias-primas, etc.) Ao exportar o capital e investir em fábricas nos países semi-coloniais, os monopólios pode extrair extra lucros em um ou ambos os dois meios: (1) Através do emprego da força de trabalho mais barata dos países semi-coloniais, a empresa imperialista reduz os seus custos, mas ainda vende as mercadorias produzidas ao preço médio de mercado no país ou países metropolitanos, aumentando suas margens de lucro em casa. (2) Além disso, o monopólio imperialista pode vender os mesmos produtos que ela produz nos países semi-coloniais, mas a um preço abaixo do preço médio de mercado lá, assim vencendo a competição de produção local, que também resulta em aumento dos lucros. A maior parte desses fins lucrativos extras também são repatriados pelos monopólios imperialistas dos semi-colônias para o seu país natal.

Marx observou como o comércio exterior serve como um importante meio pelo qual os capitalistas contrariam a tendência da taxa de lucro a cair. A base desse mecanismo, um aspecto da lei capitalista do valor, é que, dado o baixo nível de desenvolvimento das forças produtivas nos países (semi-)coloniais, o capital investido tem uma composição orgânica mais elevada, ou seja, a parcela do trabalho humano - as despesas de capital variável - é mais alta em relação à de capital constante. Como consequência se produzem relativamente maior quantidade de mais-valia, e portanto, uma maior taxa média de lucros. No entanto, quando se trocam os produtos dos países mais desenvolvidos (imperialistas) com as matérias primas dos países (semicoloniais) de menor desenvolvimento no mercado mundial da lei de menor valor permite que o capital imperialista obtenha benefícios extras com um intercâmbio desigual. Seus produtos mais baratos (devido à maior produtividade das economias desenvolvidas) fora da concorrência dos produtos mais caros dos países semicoloniais, e obrigam a este último a vender sus próprios produtos por valor abaixo de seu valor real (em função da mão de obra invertida)), etc. Portanto, o capital mais forte (imperialista) pode vender suas mercadorias acima dos seus custos de produção e continuar sendo mais barato no mercado mundial dos produtos básicos do capital (semicolonial) menos competitivos. Este último se vê obrigado a vender seus produtos por valor abaixo de seu custo de produção e, frequentemente, mais caro no mercado mundial comparado com seus rivais imperialistas. Como resultado disso, o capital mais forte (imperialista) se apropria com êxito de uma parte da mais-valia que se cria pelo capital mais fraco(semicolonial). Isto significa que o intercâmbio desigual co9nstitue uma base importante para uma massiva transferência de valor capitalista de menor desenvolvimento aos países desenvolvido capitalista que têm mais desenvolvimento.

Os monopólios podem apropriar-se de um benefício adicional através da exportação de capital como capital-dinheiro (empréstimo, reservas de divisas, especulação, etc).

Por fim, o capital monopolista extrai lucros excedentes, não só através da exploração dos países semi-coloniais, mas também através da exploração de imigrantes desses países e nacionalidades oprimidas. O capital imperialista possui benefícios, pagando os imigrantes abaixo do valor de sua força de trabalho de várias maneiras:

i) Os capitalistas frequentemente podem explorar os imigrantes com custos zero ou com somente custos limitados para sua educação, já que os imigrantes normalmente são educados no seu país de origem.

ii) O capitalista muitas vezes não tem que pagar aposentadoria ou mesmo quando paga é com redução de custos de pensões e de segurança social dos migrantes, já que eles têm acesso limitado aos serviços sociais, e quando eles não podem mais trabalhar devido à idade, muitas vezes voltar ao seu país de origem.

iii) Os capitalistas geralmente pode pagar aos migrantes um salário que é substancialmente menor do que os salários pagos aos trabalhadores nativos do país em que o trabalho é realizado. Para isso utilizam várias formas de opressão nacional (menos direitos ou nenhum direito para os trabalhadores que não são cidadãos do país imperialista, discriminação contra a língua nativa de imigrantes e diversas formas de discriminação social, etc.) Estas formas de opressão aplicam-se não só contra imigrantes de primeira geração, mas também contra seus filhos e netos.

Por estas razões, o RCIT define os migrantes, em grande maioria, como "uma camada de trabalhadores oprimidos em nível nacional e super-explorados."


II.           China como uma grande potência Imperialista emergente

 

China tornou-se uma nova potência imperialista no final da década de 2000. As principais razões para o sucesso do desenvolvimento para uma potência imperialista na China foram:

i ) A continuidade de uma burocracia estalinista forte e centralizada que pôde suprimir a classe operária e assegurar a super-exploração.

ii ) A derrota histórica da classe operária na China em 1989, quando a burocracia esmaga sangrentamente a insurreição das massas na Praça Tiananmen e em todo o país.

iii ) A diminuição do imperialismo estadunidense, que abriu o espaço para novas potências.

Esta persistência de uma burocracia stalinista forte e centralizado e a derrota histórica da classe operária na China, em 1989, permitiu que a nova classe dominante capitalista a submeter a maioria crescente do proletariado à super-exploração. Com base nisso, os capitalistas - tanto chineses como estrangeiros – podiam extrair um valor enorme de superávit para a acumulação de capital. Nesta base, a China tornou-se uma grande potência econômica. Isso se reflete em uma série de dados.

Em termos de produção total medida pela proporção do PIB (PIB) a China cresceu muito nas últimas duas décadas. Enquanto, em 1991, a China produziu 4,1% da produção mundial, este número subiu para 14,3% em 2011, que a torna a segunda maior economia do mundo. Simultaneamente, a participação dos EUA diminuiu de 24,1% para 19,1% em julho de 2011. (6)

Na indústria manufatureira - o principal sector de produção de valor capitalista – A China tornou-se a maior economia do mundo. Em 2011 um quinto da produção mundial veio da China (19,8%), enquanto 19,4% foram provenientes da economia dos EUA. (7) Paralelo a isso, tornou-se o maior exportador do mundo.

A força econômica da China se reflete também no seu baixo nível de endividamento no mercado financeiro mundial. Sua reserva de dívida externa em percentagem do rendimento nacional bruto foi de apenas 9,3% e do serviço da dívida para as exportações é de 2,5%. (8)

 

Os monopólios da China

 

Os Monopólios da China desempenham um papel importante atualmente. Na lista da Forbes Global 2000 - uma lista das empresas mais poderosas, as empresas possuem ações nas bolsas no mundo - China já classifica como o terceiro maior país. 121 empresas nesta lista são da China, somente os EUA com (524 empresas) e Japão com (258 empresas) possuem mais empresas. Estes 121 monopólios chineses têm um benefício adicional de 168 bilhões de dólares (que é de 7% dos lucros totais dos maiores monopólios em 2000). (9)

Nas empresas da Fortune Global 500 - outra lista das maiores empresas do mundo utilizam critérios diferentes - podemos ver a mesma dinâmica do lugar enorme e crescente da China entre os super-monopólios do mundo. Aqui a China já ultrapassou o Japão como o segundo maior do país. 73 dessas corporações são chinesas, 132 vêm dos EUA, 68 do Japão, e 32 da França e da Alemanha. (Ver Tabela 1).

 

Tabela 1              Onde se encontram os maiores monopólios globais? Lista dos 10 países das companhias Global 500 (10)

 

Rank      País                                                       Quantidade de companhias

1             Estados Unidos                                132

2             China                                                   73

3             Japão                                                    68

4             França                                                 32

4             Alemanha                                          32

6             Reino Unido                                       26

7             Suíça                                                    15

8             Korea do Sul                                      13

9             Holanda                                              12

10           Canadá                                               11

 

Os líderes chineses criaram uma classe capitalista. De acordo com o World Wealth Report 2012 (relatório Mundial da Riqueza) publicado pela Capgemini e RBC Wealth Management, a China tem o quarto maior número de super-ricos, apenas atrás dos EUA, Japão, Alemanha, mas à frente da Grã-Bretanha, França e Canadá (11). Outra lista de super-ricos - que Mede o número de chamados "ultra indivíduos com elevado património” define activos líquidos superiores 50 milhões de dólares americanos – A China ocupa (atrás dos EUA) em segundo lugar. (12)

Hoje, a participação majoritária na produção da China é produzida pelo setor privado. Isso se reflete nos seguintes números: De acordo com o Banco Mundial e o Centro de Investigação de Desenvolvimento da China do Conselho de Estado os setores não-estatais contribuíram com cerca de 70% do PIB do país e do emprego. A participação do setor público no total das empresas industriais (com vendas anuais superiores a 5 milhões de RMB) foi reduzida de 39,2% em 1998 para 4,5% em 2010. Em relação ao mesmo período, a proporção de empresas estatais em ativos industriais totais diminuiu de 68,8% para 42,4%, enquanto a sua quota de emprego (estatais) caiu de 60,5% para 19,4%. (13) Ao mesmo tempo, o sector capitalista de estado continua a ter um papel central na economia da China.

 

Super-exploração da classe operária

 

O regime capitalista da China conseguiu introduzir a lei do valor e transformar os trabalhadores em trabalhadores assalariados. O passo decisivo na implementação do baixo valor em empresas estatais da China foi uma onda brutal de demissões. Segundo dados oficiais, apresentados Diário do Povo do Partido Comunista da China, fala de pouco mais de 26 milhões de trabalhadores demitidos entre 1998 e 2002 (14). Se você olhar para o longo prazo, há estimativas que a classe capitalista chinesa demitiu entre 1993 e 2006 cerca de 60 milhões de funcionários de empresas estatais. (15)

Esta onda de demissões foi parte da plena implementação da lei capitalista do valor na economia do estado da China. Em 2005, foi reestruturada e privatizada mais de 85% das pequenas e médias empresas de propriedade estatal, segundo o relatório da empresa de investigação chinesa Dongtao. (16)

Outro instrumento importante foi a utilização do antigo sistema de registro de residência que foi estabelecido pela burocracia stalinista em 1958 De acordo com este sistema (chamado hukou na China) “Os Moradores não foram autorizados a trabalhar ou viver fora dos limites administrativos de seu registro de residência sem a aprovação das autoridades. Uma vez que eles deixarem seu local de matrícula também deixam para trás todos os seus direitos e benefícios. Para efeitos de fiscalização, todos, incluindo os residentes temporários em trânsito, foram obrigados a se registrar com a polícia em seu local de residência ou de estadia. Na década de 1970, o sistema tornou-se mais rígida e o camponês poderia ser preso simplesmente por entrar cidades.” (17)

Dada a pobreza rural e as oportunidades de emprego nas cidades, milhões e milhões de cidadãos rurais, em sua maioria jovens e camponeses se mudaram para as cidades em busca de emprego. Estes camponeses jovens ou idosos camponeses que se mudaram para as cidades são chamados de migrantes na China. Eles são transferidos para áreas em que muitas vezes vivem ilegalmente e sem nenhum direito ou reivindicação à segurança social. Então, esses antigos camponeses se mudam para as cidades onde eles são ilegais e muitas vezes - por causa do sistema hukou - não têm acesso à habitação, emprego, educação, serviços médicos e segurança social. O Capitalista do país mantém os trabalhadores imigrantes numa situação de trabalho de tal forma, que apenas lhes permitem manter condições mínimas para serem capazes no máximo em trabalhar na produção. As condições de vida são muito precárias, a maioria dos quais vivem em habitações de má qualidade, barracas, debaixo de pontes e túneis, ou mesmo nos porta-malas dos carros. (18)

Esses imigrantes prontamente se converteram em uma importante força impulsora para o processo de super-exploração capitalista. O número de trabalhadores migrantes na China aumentou de cerca de 30 milhões (1989) para 62 milhões (1993), 131,8 milhões (2006) e até o final de 2010, o número cresceu para cerca de 242 milhões. Na capital, Pequim, cerca de 40% da população total são trabalhadores migrantes, enquanto em Shenzhen quase 12 milhões dos 14 milhões de habitantes são migrantes. Esses trabalhadores migrantes são muitas vezes empurrados a, empregos de baixos salários –de trabalhos forçados. De acordo com o China Labour Bulletin, is migrantes constituem 58% de todos os trabalhadores da indústria e 52% no setor de serviços. (19)

É natural, que a classe trabalhadora chinesa está tentando lutar por seus direitos, não obstante o regime draconiano de ditadura stalinista capitalista. Os avanços nos últimos anos estão indicando a crescente militância de massa. Os protestos populares chamados "incidentes de massa" aumentaram, de acordo com estatísticas oficiais da Academia de Ciências Sociais da China, foram de 60.000 (em 2006) para mais de 80.000 (ano 2007). Esta publicação foi interrompida - obviamente a burocracia temeu que estes números podiam ter um efeito mais estimulante. No entanto, há estimativas que em 2009 já 90 mil "incidentes de massa" foram realizados e o sociólogo chinês Sun Liping estima que o número de 2010 foi de 180 mil eventos. (20)

 

Exportação de capital da China

 

China aumentou consideravelmente a sua exportação de capital. Isso se reflete no nível de investimento produtivo e o nível de capital-dinheiro (obrigações, empréstimos, etc). Como resultado de seu imenso processo rápido de acumulação de capital, o imperialismo chinês também acumulou enormes volumes de capital em dinheiro. Isto se expressou em um extraordinário crescimento rápido de suas reservas cambiais. Essas reservas explodiram de $ 165 bilhões 2000 para $ 3,305 bilhões em de março de 2012. (21) Estas reservas de divisas da China são iguais ao total combinado dos próximos seis maiores detentores de reservas internacionais!

A China também está ativa em empréstimos bilaterais. De acordo com o "Financial Times", os bancos chineses tornaram-se um importante financiador nos últimos anos. Ele já está emprestando mais dinheiro para os chamados países em desenvolvimento que o Banco Mundial.

No entanto, o capital da China não é apenas ativo no mercado internacional para empréstimos e títulos, mas também como um investidor estrangeiro no setor industrial e de matérias-primas. Desde que a China emergiu recentemente como uma potência imperialista ela continua fraca no mercado mundial do que as potências imperialistas que dominaram por mais de um século. Na Tabela 2 se comparam os fluxos de saída IED (Investimento Estrangeiro Direto) anuais para uma série de países imperialistas nos últimos cinco anos. Pode-se ver que o imperialismo chinês superou rivais no investimento estrangeiro direto, como Canadá e Itália, e já atingiu o nível de países como a Alemanha.

 

Tabela 2              Fluxos de IED de países selecionados, 2006-2011 (em bilhões de dólares americanos) (22)

 

                                               FDI inward stock                                                             FDI outward stock

Country                2007      2008      2009      2010      2011                      2007      2008      2009      2010      2011

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mundo                  1.975     1.790     1.197     1.309     1.524                     2.198     1.969     1.175     1.451     1.694

França                   96           64           24           30           40                           164         155         107         76           90

Alemanha             80           8             24           46           40                           170         72           75           109         54

Bretanha               196         91           71           50           53                           272         161         44           39           107

Italia                      43           -10          20           9             29                           96           67           21           32           47

Canada                  114         57           21           23           40                           57           79           41           38           49

USA                       215         306         143         197         226                        393         308         266         304         396

Japao                      22           24           11           -1            -1                            73           128         74           56           114

China                    83           108         95           114         123                        22           52           56           68           65

Hong Kong           54           59           52           71           83                           61           50           63           95           81

Tradução para a tabela: Country= país; Inward= entrada; Outward= saída

 

Por quais regiões e países a China está a investir no exterior? De acordo com as últimas estimativas publicadas pela Fundação Heritage, podemos ver que desde 2005 capitalistas chineses investiram quantias significativas de capital em todas as regiões. Os países mais importantes para investimentos na China são (estimados em bilhões de dólares americanos): Austrália (45,3), EUA (42), Brasil (25,7), Indonésia (23,3), Nigéria (18,8), Canadá e Irã (17,2 cada) e Cazaquistão (12,3). Há também investimentos significativos de US $ 5 bilhões na Grécia e Na Venezuela de US $ 8,9 bilhões. (Dados 2005-2010). (23)

Embora a China ainda esteja substancialmente atrás das velhas potências imperialistas em acumulados de investimento direto no estrangeiro, o seu papel nos países semi-coloniais está a aumentar rapidamente cada vez mais. Em 2010, a China se tornou o terceiro maior investidor na América Latina, depois dos Estados Unidos e da Holanda. (24) Também a China é o maior parceiro comercial de África, e compra mais de um terço do seu petróleo do continente. (25)

 

China como potência militar

 

A China é uma potência em ascensão, não só economicamente, mas também politicamente e militarmente. Entre 2002 e 2011, a China aumentou seus gastos militares em 170%. De acordo com o Instituto Internacional de Estocolmo para Pesquisa sobre a Paz (SIPRI) a China agora tem o segundo maior orçamento militar do mundo 'perdendo apenas para os EUA. (ver Tabela 3)

 

Tabela 3              Os dez maiores gastadores militares, ano 2011 (em bilhões de dólares) (26)

 

1             USA                                      711

2             China                                   143

3             Russia                                  71.9

4             Reino Unido                       62.7

5             França                                  62.5

6             Japao                                     59.3

7             India                                     48.9

8             Arabia Saudita                  48.5

9             Alemanha                           46.7

10           Brasil                                    35.4

 

Adicione a isso que a China é a quinta maior potência nuclear, depois dos Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França. (27) A China modernizou seu poder militar rapidamente na última década e tem recursos para guerras ofensivas militares graves. Recentemente demonstrou sua capacidade de abater satélites. A China também é o lar de grandes fabricantes de armas. Em sua lista, SIPRI (Instituto da Suécia) coloca os monopólios armas da China em seu conjunto como o quinto maior competidor no mercado mundial de armas.

 

Táticas revolucionárias nos conflitos com a China

 

Não se deve haver ilusões sobre a solução pacífica da rivalidade imperialista interna das grandes potências. Uma guerra imperialista entre as grandes potências (Estados Unidos e / ou Japão) e China está se tornando cada vez mais quase inevitável na próxima década. Ambas as potências têm controle sobre a Ásia Oriental, que é central para o mundo da produção de valor capitalista e do comércio. Por esta razão, é inevitável que as potências imperialistas tentam influenciar e explorar os conflitos e guerras (por exemplo, os conflitos no Sul da China (ou do Leste), Síria Irã, Líbia).

A CCRI-Corrente Comunista Revolucionária Internacional considera os EUA, assim como a China potências imperialistas. Em um conflito militar entre os dois (ou entre o Japão e a China), nós, os bolcheviques comunistas recusamo-nos a tomar partido por uma das duas potências imperialistas rivais. Seria uma guerra das respectivas classes dominantes para aumentar a sua hegemonia e a super-exploração dos países semi -coloniais. A tática correta em um conflito deste tipo é o derrotismo revolucionário em que os trabalhadores de ambos os campos devem levantar o slogan "O principal inimigo está em casa" e se esforçar para transformar a guerra imperialista em guerra civil contra a sua própria classe dominante.

Em um conflito entre uma potência imperialista e um país semi-colonial no Mar do Sul da China (ou Leste), o marxista tem que analisar cada guerra em especial. Eles têm que descobrir se a unidade imperialista de dominar (semi-) colonial nação é o aspecto dominante na guerra, ou se a luta pela defesa nacional está subordinada à guerra de poder por uma potência imperialista. Isto determina se os bolcheviques comunistas tomarão uma posição derrotista revolucionária ou uma posição defensivista revolucionária em termos de luta da nação(semi) colonial.


III.          Russia: Seu capital monopolista e seu estatus como uma grande potência imperialista

 

A economia da Rússia é dominada por um pequeno grupo de monopólios, de propriedade dos super-ricos, os chamados "oligarcas", que têm uma relação estreita com o aparelho de Estado capitalista. Na verdade, os monopólios russos dominam o mercado nacional, ainda mais do que os seus homólogos de outros Estados imperialistas. De acordo com um estudo recente da OCDE, pequenas e médias empresas na Rússia representam apenas cerca de um quinto do vínculo de empregos e uma parte ainda menor da produção, ao passo que na maioria das economias da OCDE ambas as figuras estão acima da metade. (28)

Provavelmente o mais importante monopólio russo é a Gazprom, a maior empresa de gás do mundo, controlando mais de 93% da produção de gás natural da Rússia e um quarto das reservas de gás conhecidas no mundo. (29) Outro monopólio importante é o Sberbank, que é o terceiro maior banco da Europa em valor de mercado. Estas duas empresas, Sberbank e Gazprom, representam mais de metade do volume de negócios do mercado de ações russo. (30) Outras grandes empresas são Rosneft e Lukoil, ambas empresas de petróleo; Transneft, uma empresa gasoduto; Sukhoi, uma fabricante de aeronaves; Unified Energy Systems, um gigante de energia elétrica; e Aeroflot (empresa aérea).

Esses monopólios russos estão fortemente vinculados ao aparato do Estado imperialista. O setor estatal capitalista desempenha um papel decisivo entre muitos monopólios russos. Por exemplo, o Estado manteve as ações em ouro em 181 empresas. (31) empresas apoiadas pelo Estado representam 62% do mercado russo. (32)

O setor estatal capitalista controla 36% da indústria de petróleo da Rússia e 79% de seu setor de gás. (33) De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o Estado russo controla mais de 50% dos bancos do país e 73% do setor de transporte. Da mesma forma, o controle governamental do setor de petróleo passou de 10% no início da era de Putin em 1999 para 45% em 2013. (34)

 

A ascenção da Rússia como uma potência econômica

 

Segundo o Banco Mundial, a Rússia está prestes a ultrapassar a Alemanha como a quinta maior economia do mundo em termos de paridade de poder aquisitivo de 2012. (35) Calcula o PIB da Rússia em $ 3,4 bilhões dólares. O Fundo Monetário Internacional relaciona a Rússia como a oitava maior economia do mundo, com um PIB de US $ 2 trilhões. Em qualquer caso, a Rússia tornou-se uma grande potência econômica. Sua classe dominante passou com sucesso o colapso da década de 1990. A Rússia não é dominada pelos demais países imperialistas, ao contrário domina e explora outros países e povos.

O sucesso da resistência da Rússia a ser tomada por potências imperialistas estrangeiras tem a ver com a história da restauração capitalista no país. Segundo uma estimativa, em 1998, "Apenas 3% da s ex-propriedades do Estado haviam sido vendidos para compradores estrangeiros na Rússia, em comparação com 48% na Hungria e 15% na República Checa. Além disso, a venda de privatização de grupos estrangeiros se tem acelerado depois de 1998, mantendo-se praticamente inexistente na Federação Russa." (36)

A ascensão da Rússia como potência econômica também se reflete no seu nível de endividamento relativamente baixo. Desde a ascensão de Putin ao poder, o estoque da dívida externa da Rússia - em percentagem do rendimento nacional bruto - caiu de 57,9% (2000) para 31,1% (2011). (37)  Igualmente, as dívidas do governo russo caíram drasticamente de 99% do PIB em dezembro de 1999 para 8,4% do PIB em 2012. (38)

Ao mesmo tempo, as reservas da Rússia aumentaram maciçamente para cerca de 500 bilhões de dólares (equivalente a cerca de 25% do PIB da Rússia).

A ascensão da Rússia como uma potência econômica também se reflete na mudança na proporção de suas reservas e de sua dívida externa. Enquanto a proporção de reservas a dívida externa da Rússia situou-se com uma percentagem de 16,6% em 2000, em 2011 chegou a 83,6%.

 

O Capital de exportação dos monopólios russos

 

Desde 2000, a Rússia tem sido capaz de aumentar substancialmente o seu investimento estrangeiro para o exterior. Parte de IED (Investimento Estrangeiro Direto) na Rússia aumentou de 1% em 2000 para 1,5% em 2005 e chegou a 4% em 2011. Por exemplo, em 2010 as empresas russas investiram US 9 bilhões s para fusões e aquisições transfronteiriças, em comparação com US $ 6 bilhões em 2005. (39)

 

Tabela 4              Saídas diretas de investimentos Exteriores de diversos países, 2007-2012 (em milhões de dólares de EUA) (40)

 

País

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Russia

45.916

55.594

43.665

52.523

67.283

51.058

China

22.469

52.150

56.530

68.811

65.117

84.220

Alemanha

170.617

72.758

75.391

109.321

54.368

66.926

Japão

73.548

128.019

74.699

56.263

114.353

122.551

Italia

96.231

67.000

21.275

32.655

47.210

30.397

 

Para ONDE capitalistas russos investem no exterior? Se eliminarmos o investimento estrangeiro falso, ou seja, todos os países que servem à Rússia como centros off-shore, vemos que os monopólios russos exportaram cerca de 38,1% para os países da Europa Ocidental na União Europeia. Os EUA e Suíça também foram importantes destinos. No entanto, os russos também investiram cerca de 25,5% do seu capital nos antigos países da União Soviética e da Europa Oriental. Um adicional de 4,1% do IED foi para outros antigos estados stalinistas, como a Sérvia, Montenegro e Vietnã. Se somarmos a outras semicolônias como Turquia e Irlanda, vemos que os monopólios russos investiram cerca de 36% do seu investimento direto estrangeiro nos países semicoloniais.

As trinta maiores empresas multinacionais da Rússia estão entre as 500 maiores empresas da Europa. (41)

O poder relativo da Rússia é ainda maior no nível político. A Rússia tem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e é / era um Estado membro do G8. Rússia mostrou seu papel hegemônico durante a guerra na Geórgia, em 2008, quando anexou a Ossétia do Sul e a Abkházia, contra a vontade das potências imperialistas ocidentais que apoiaram o regime de Saakashvili na Geórgia. Da mesma forma, a Rússia é a principal força por trás do regime de Assad na Síria. No outono de 2013, o regime de Putin foi capaz de forçar o governo Obama a retirar seus planos militares e de concordar com uma nova rodada de negociações em Genebra. Na primavera de 2014, a Rússia está demonstrando mais uma vez o seu papel como uma grande potência no contexto da crise na Ucrânia e na Rússia está enfrentando a UE e os EUA pela influência na Ucrânia. Estes são exemplos práticos que servem para enfatizar a medida em que a Rússia é uma grande potência para desafiar a influência das potências imperialistas ocidentais de alto nível.

Estatus da Rússia como grande potência na esfera política anda de mãos dadas com o seu estatus como uma grande potência militar. Como anteriormente demonstrado na Tabela 3, a Rússia tem hoje o terceiro maior dos maiores "orçamento militares do mundo. Além disso, a Rússia é a segunda maior potência nuclear do mundo, depois dos EUA. (42) E seus monopólios armas também são as segundas maiores concorrentes no mercado de armamento em nível mundial.

Outra manifestação do status da Rússia como grande potência é o número de bases militares que tem no exterior. A Rússia tem bases militares em oito países da CEI (Comunidade de Estados Independentes). Além disso, a Rússia também tem uma base naval em Tartus (Síria).

 

Colônias internas da Rússia

 

Lenin mostrou como grandes potências imperialistas também se esforçam para explorar outros países e para subjugá-los à sua esfera de influência. Rússia oprime e explora outras nações, tanto dentro como fora do seu estado. Quase um quinto da população da Rússia, 19,1%, pertencem a minorias étnicas e nacionais. As mais importantes são os tártaros (3,9%), ucranianos (1,2%), Bashkirs (1,1%), Chuvashes (1,1%), chechenos (1%), os armênios (0,9%) e de outros povos, menores. Ao todo, existem mais de 185 grupos étnicos que vivem na Rússia.

Como os seguintes números mostram, uma parte substancial de matérias-primas da Rússia - dos quais o petróleo e o gás são os mais proeminentes, mas não são de forma os únicos - estão localizados em regiões com uma proporção significativa de minorias nacionais (ver figuras 1, 2 e 3).

 

Figura 1               Etnias Russas e Minorias Nacionais(43)

 

 

Figura 2               Áreas Autônomas na Russia com Minorias Étnicas e Nacionais (44)

 

 

 

Figura - 3 Recursos Naturais da Rússia (45)

 

 

Há extrema desigualdade entre as diferentes regiões da Rússia. Este é um legado do império tzarista, que nunca foi realmente superado pela URSS estalinista. Por exemplo, o rendimento médio mensal em Moscou é cerca de seis vezes maior do que em Kalmúquia (Federação Russa). A pobreza é particularmente difundida em regiões de populações de minorias nacionais de um determinado tamanho. A pobreza relativa varia entre 40% em Amur Oblast e na República da Buryatia e 30%, em Moscou. A pobreza absoluta é de 36% em Buryatia e 21% em Lipetsk. Samara e Tatarstan mostram padrões muito semelhantes, com taxas de pobreza relativa de 37% e 35%, respectivamente, e os índices de pobreza absoluta de 28% e 25%. (46)

 

União Eurásia de Putin: Uma tentativa imperialista de submeter a Ásia Central e as semicolônias do Leste Europeu

 

Desde a década de 1990, classe dominante da Rússia tem realizado uma série de iniciativas, tudo com o objetivo de criar uma esfera política e econômica de influência sob a liderança da Rússia. Pouco depois de chegar ao poder, Putin criou a Comunidade Econômica da Eurásia, em outubro de 2000. Por vários anos, o regime de Putin tomou medidas sérias impulsionar um bloco econômico e político mais estreito sob a hegemonia russa. A chamada união aduaneira já estabelecida no ano de 2007, e seus membros atuais Belarus, Cazaquistão e Rússia. Uma série de estados semicoloniais estão pensando em entrar para a União Aduaneira tais como: Artmênia, Georgia, Kirguistão, Gagauzia (república separatista da Moldávia) e Tajiquistão. (47)

 

Tabela 5              Trade Patterns of Non-EU Eastern European Countries, 2010 (in percent) (48)

 

País

EU 27 Parte do comércio

Russia Parte do comércio

Turquia Parte do comércio

Armênia

32.1 (1 º lugar)

20.8 (2)

4.4 (6)

Azerbaijão

46.9 (2)

7.4 (3)

8.2 (2)

Belarus

25.1 (2)

48.2 (1)

0.6 (10h)

Georgia

31.7 (1)

4.4 (7)

15.6 (2)

Moldávia

52.3 (1)

12.3 (3)

4.8 (4)

 

Sob o governo de Yanukovych, o governo ucraniano também expressou interesse em juntar-se, mas o golpe de Maidan e a tomada do controle das forças de direita pró-União Europeia torna essa hipótese improvável no curto prazo. Além disso, a Crimeia se separou da Ucrânia e juntou-se à Rússia. Dada a atual crise política no país, o futuro da parte oriental da Ucrânia é incerto. Por fim, o governo do Vietnã também manifestou interesse em aderir à União Aduaneira.

Na Ucrânia, a UE e a Rússia são grandes potências concorrentes por participação de mercado e influência. Antes do início da Grande Recessão, em 2008, os monopólios da UE foram capazes de aumentar continuamente sua participação no comércio. No entanto, desde que a recessão da situação foi revertida. Entre 2000 e 2010 as exportações ucranianas para a UE caiu para 25,4% e a participação de de importações da UE para 31,4%. Ao mesmo tempo, a União Aduaneira (Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão) foi capaz de aumentar seu comércio com a Ucrânia: Exportações e importações destes países aumentaram para 32,3% e 42%, respectivamente. (49)

Quando examinamos as semicolônias da Ásia Central, vemos uma posição ainda mais dominante do imperialismo russo. A Ásia Central é altamente dependente das importações da Rússia (principalmente produtos energéticos e produtos manufaturados). Embora a UE apresenta-se como a segunda maior fonte de importações, a participação da China aumentou dramaticamente na última década, e agora é a terceira maior fonte de importações.

 

Migração e super-exploração

 

A Rússia como uma potência imperialista também se beneficia de imigração. Os imigrantes constituem uma minoria significativa da classe operária na Rússia. Como trabalhadores de fora da Rússia, ambos são oprimidos tanto a nível nacional e são oprimidos e super-explorados pelos capitalistas russos. Os salários baixos são uma fonte importante para os ganhos de capital monopolista extras da Rússia.

Em sua grande maioria, os capitalistas russos têm lucros à custa dos imigrantes originários de duas fontes diferentes: Por um lado, milhões de imigrantes provenientes de minorias nacionais oprimidas da Rússia se deslocam para as cidades mais ricas do país; por outro lado, milhões de imigrantes das colônias semicoloniais russas entram no país.

A população das regiões mais pobres da Rússia - como o Distrito do Extremo Oriente, na Sibéria, nos Urais ou Privolzhe - está sendo reduzindo sistematicamente devido à emigração. David Lane um especialista em burguesia russa informa: As minorias étnicas nacionais figuraram de maneira desproporcional nos movimentos da população movimentos da população. Estas áreas foram aquelas que tiveram uma exportação contínua das pessoas." (50)

Essa migração em massa é impulsionada pela extrema desigualdade de salários entre a Rússia ea sua semi-periferia. Por exemplo, no final da primeira década dos anos 2000, o salário médio no Tajiquistão foi de apenas 10% do salário médio na Rússia, enquanto que no Quirguistão e Uzbequistão foram apenas um pouco acima de 20%. Salários de mídia russos foram três vezes maiores do que na Moldávia e 2,5 vezes maior do que na Armênia. (51)

Também contribuiu para a migração dos países semicoloniais pobres o excesso de superpopulação que não consegue encontrar emprego. A maioria dos imigrantes russos vêm do Uzbequistão, Tadjiquistão e Quirguistão. No final de 2010, os imigrantes destes três países foram responsáveis por 55% do total de mão de obra estrangeira total legalmente na Rússia.

A migração constitui uma fuga maciça de capital humano dos países semicoloniais e, portanto, reduz a sua capacidade de aumentar sua própria riqueza nacional. Entre 620 mil e um milhão de imigrantes de Quirguistão estima-se que atualmente trabalham no exterior (a maioria deles na Rússia). (52) Os imigrantes representam 17% da população economicamente ativa do Quirguistão, para quase 37% do Tajiquistão, e 15% da população ocupada do Uzbequistão.

O RCIT considera a Rússia, bem como os Estados Unidos e a União Europeia, como potências imperialistas. Como observamos acima discutindo sobre a China, os bolcheviques-comunistas recusam-se a tomar partido por uma das duas potências imperialistas rivais. Levantar-se-ia em ambos os campos o lema “O principal inimigo está em casa".

Em um conflito entre a Rússia e uma nação oprimida – tais como os chechenos - nós apoiamos o direito à autodeterminação nacional das nacionalidades oprimidas.


Notas de rodapé:

(1) O RCIT tem elaborado sua posição nestes conflitos em numerosas declarações.

Sobre a Guerra na Georgia Veja: LFI (Predecessor organization of the RCIT): Georgia War with Russia - A Socialist Analysis, 10.8.2008, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/georgia-war-2008-1/; LFI: After Georgia: inter-imperialist tensions growing, 22.8.2008, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/georgia-war-2008-2/; LFI: Georgia conflict signals the rise of Imperialist rivalry, 21.10.2008, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/georgia-war-2008-3/

Sobre o conflito entre China e Japão Veja: Michael Pröbsting: No to chauvinist war-mongering by Japanese and Chinese imperialism! Chinese and Japanese workers: Your main enemy is at home! Stop the conflict on the Senkaku/Diaoyu-islands in the East China Sea! No to chauvinist war-mongering by Japanese and Chinese imperialism! RCIT, 23.9.2012, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/no-war-between-china-and-japan/

Sobre a Revolução Síria veja: See e.g. Yossi Schwartz: The Myth of Assad’s Syria as an Anti-Imperialist Regime, Internationalist Socialist League (RCIT-Section in Israel/Occupied Palestine), November 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/myth-of-assad-s-anti-imperialism/; Michael Pröbsting: Syria: The Butcher in his own Words. Assad: A Friend of Israel and an Enemy of the Arab Popular Masses, 21.10.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/assad-s-own-words/; RCIT: The Arab Revolution is a central touchstone for socialists! Open Letter to All Revolutionary Organizations and Activists, 4.10.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/open-letter-on-arab-revolution/; RCIT: Syria: Down with the Imperialist Geneva Accord! Stop US and Russian imperialist interference in Syria! No imperialist-controlled “peace” negotiations which can only result in a defeat for the Revolution! International Solidarity with the Syrian Revolution against the murderous Assad Dictatorship!, 15.9.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/against-geneva-accord/; Michael Pröbsting: US Administration: “Rebels fighting the Assad regime wouldn't support American interests if they were to seize power”, 22.8.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/us-opposes-syrian-rebels/; Yossi Schwartz: Class struggle and religious sectarianism in Syria, 12.6.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/class-struggle-and-religious-sectarianism-in-syria/; Yossi Schwartz: Syria: After the defeat in Qusayr and ahead of the Battle for Aleppo, 11.6.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/syria-after-defeat-in-qusayr; ISL-Leaflet: Victory to the Revolution in Syria! http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/victory-to-revolution-in-syria.

Sobre a crise na Ukrania veja: Joint Statement of the RCIT and the Movement to Socialism (MAS, Russia): Ukraine: Rivalry between Imperialist Powers escalates after Right-Wing Coup: Stop the Imperialist Saber-Rattling! 2.3.2014; MAS: Ukraine/Russia: The victory over the imperialist colonialism is impossible without the proletarian revolution! http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/mas-declaration-5-3-2014/; RCIT and MAS: Right-Wing Forces Take Power in the Ukraine: Mobilize the Working Class against the New Government! 25.2.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/right-wing-coup-in-ukraine/; MAS: No to the Terror of the Bandera-Fascists! Stop the Repression against the Communists of Ukraine!, 22.2.2014 http://www.nuevomas.blogspot.co.at/2014/02/no-to-terror-of-bandera-fascists-stop.html; RCIT: “Ukraine: Neither Brussels nor Moscow! For an independent Workers’ Republic!” 18.12.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/ukraine-neither-brussels-nor-moscow/

(2) Ver Michael Pröbsting: The Great Robbery of the South. Continuity and Changes in the Super-Exploitation of the Semi-Colonial World by Monopoly Capital Consequences for the Marxist Theory of Imperialism, 2013, Chapter 10, http://www.great-robbery-of-the-south.net/; Michael Pröbsting: Russia as a Great Imperialist Power. The formation of Russian Monopoly Capital and its Empire – A Reply to our Critics, 18 March 2014, http://www.thecommunists.net/theory/imperialist-russia/

(3) Nos hemos ocupado de la teoría del imperialismo de Lenin ampliamente en otras publicaciones. Véase, por ejemplo Michael Pröbsting: El Gran Robo del Sur. Continuidad y Cambios en la Superexplotación del mundo semi-colonial por capital monopolista y de las Consecuencias para la teoría marxista del imperialismo, 2013, http://www.great-robbery-of-the-south.net/; Michael Pröbsting: Imperialism and the Decline of Capitalism (2008), in: Richard Brenner, Michael Pröbsting, Keith Spencer: The Credit Crunch - A Marxist Analysis (2008), http://www.thecommunists.net/theory/imperialism-and-globalization/

(4) V. I. Lenin: Imperialism and the Split in Socialism (1916); in: CW Vol. 23, pp. 105-106 (Énfasis en el original)

(5) V. I. Lenin: A Caricature of Marxism and Imperialist Economism (1916); in: LCW Vol. 23, p. 34

(6) David W. Stelsel: U.S. Share of Global Economic Output Shrinking, June 28, 2012, http://www.valeofinancial.com/2012/06/u-s-share-of-global-economic-output-shrinking/

(7) Peter Marsh: China noses ahead as top goods producer, Financial Times, March 13, 2011, http://www.ft.com/cms/s/0/002fd8f0-4d96-11e0-85e4-00144feab49a.html#axzz21RSTHoK4

(8) World Bank: Global Development Finance 2012, p. 110 and Asian Development Bank: Asian Development Outlook 2012. Confronting Rising Inequality in Asia, p. 272

(9) The World's Biggest Companies, The Forbes Magazine, 18.4.2012, http://www.forbes.com/sites/scottdecarlo/2012/04/18/the-worlds-biggest-companies/; A Regional Look At The Forbes Global 2000; Forbes Magazine, 20.4.2011, http://www.forbes.com/sites/scottdecarlo/2011/04/20/a-regional-look-at-the-forbes-global-2000-2/

(10) Fortune Magazine: Fortune Global 500 list in 2012

(11) Capgemini and RBC Wealth Management: World Wealth Report 2012, p. 9

(12) Credit Suisse: Global Wealth Report 2012, p. 20

(13) China 2030. Building a Modern, Harmonious, and Creative High-Income Society, pp. 110-11

(14) China's State-owned Enterprise Lay-offs Finding New jobs: Minister, People’s Daily, October 27, 2002, http://english.peopledaily.com.cn/200210/27/eng20021027_105729.shtml

(15) Paul Mozur: Review of William Hurst’s ‘The Chinese Worker After Socialism’, in: THE FAR EASTERN ECONOMIC REVIEW, May 2009, http://www.viet-studies.info/kinhte/chinese_worker_after_socialism.htm

(16) Qi Dongtao: Chinese Working Class in Predicament, in: East Asian Policy Volume 2, Number 2, Apr/Jun 2010, p. 6

(17) China Labour Bulletin: Migrant workers in China, 6 June, 2008, http://www.clb.org.hk/en/node/100259

(18) Research on Chinese Workers Editorial Collective: The Current and Future Condition of China’s Working Class; in: China Left Review, Isue#4, Summer 2011, http://chinaleftreview.org/?p=471

(19) China Labour Bulletin: Migrant workers in China, 6 June, 2008

(20) Ver China Labour Bulletin: A Decade of Change. The Workers’ Movement in China 2000-2010 (2012), www.clb.org.hk, pp. 9-10 and Edward Wong: China’s Growth Slows, and Its Political Model Shows Limits, New York Times, May 10, 2012, http://www.nytimes.com/2012/05/11/world/asia/chinas-unique-economic-model-gets-new-scrutiny.html?pagewanted=all.

(21) The People’s Bank of China: Foreign Exchange Reserves in March 2012, http://www.pbc.gov.cn/publish/html/2012s09.htm

(22) Derek Scissors: China’s Investment Overseas in 2010, Web Memo No. 3133, February 3, 2011, Published by The Heritage Foundation, p. 2

(23) Miguel Perez Ludeña: Adapting to the Latin American experience; in: EAST ASIA FORUM QUARTERLY, Vol.4 No.2 April–June 2012, p. 13

(25) The Chinese in Africa: Trying to pull together. Africans are asking whether China is making their lunch or eating it; in: The Economist, Apr 20th 2011, http://www.economist.com/node/18586448?story_id=18586448; see also SA, not China, Africa's biggest investor: study, 23 July 2010, http://www.defenceweb.co.za/index.php?option=com_content&view=article&id=9049:sa-not-china-africas-biggest-investor-study&catid=7:Industry&Itemid=116; Sanne van der Lugt, Victoria Hamblin, Meryl Burgess, Elizabeth Schickerling: Assessing China’s Role in Foreign Direct Investment in Southern Africa, Oxfam Hong Kong and Centre for Chinese Studies 2011, pp. 68-74; UNCTAD: Asian Foreign Direct Investment in Africa. Towards a New Era of Cooperation among Developing Countries (2007)

(26) Stockholm International Peace Research Institute: Armaments, Disarmament and International Security, 2012, Summary, p. 9

(27) Stockholm International Peace Research Institute: Armaments, Disarmament and International Security, 2012, Summary, p. 14

(28) OECD Economic Surveys: Russian Federation, 2011, pp. 68-69

(29) Dirk Holtbrügge and Heidi Kreppel: Determinants of outward foreign direct investment from BRIC countries: an explorative study, International Journal of Emerging Markets Vol. 7 No. 1, 2012, p. 10

(30) The Economist: Emerging-market multinationals. The rise of state capitalism, Jan 21st 2012, http://www.economist.com/node/21543160

(31) Golden Shares gives the state the right of decisive vote, thus to veto all other shares, in a shareholders-meeting.

(32) The Economist: Emerging-market multinationals. The rise of state capitalism, Jan 21st 2012, http://www.economist.com/node/21543160.

(33) Gyuzel Yusupova: Kartellverfahren gegen russische Erdölfirmen in den Jahren 2008–2010, in: Russland-Analysen Nr. 217, 25.03.2011 p. 30

(34) Der Spiegel: Promising but Perilous: German Firms Put Off by Russian Corruption, April 03, 2013, http://www.spiegel.de/international/europe/german-investors-discouraged-by-corruption-in-russia-a-892043.html

(35) World Bank: Gross domestic product 2012, PPP; World Development Indicators database, 17 December 2013

(36) Kálmán Kalotay: The future of Russian outward foreign direct investment and the eclectic paradigm: What changes after the crisis of 2008–2009? UNCTAD 2010, pp. 16-17

(37) World Bank: International Debt Statistics 2013, p. 238

(38) Ver Russia Government Debt To GDP, http://www.tradingeconomics.com/russia/government-debt-to-gdp and Ernst & Young: Russia 2013. Shaping Russia’s future, p. 9

(39) Benjamin Utter: Outward Foreign Direct Investment to the Natural Resource Sectors by Global Public Investors from Emerging Economies: Trends, Causes, Effects; World Trade Institute 2011, p. 14

(40) UNCTAD: World Investment Report 2012, pp. 169-172 and UNCTAD: World Investment Report 2013, pp. 212-216

(41) Wladimir Andreff: Comparing Outward Foreign Direct Investment Strategies of Russian and Chinese Multinational Companies: Similarities and Specificities, EAEPE Conference - Beyond Deindustrialisation: The Future of Industries, Paris, November 7-9, 2013, p. 36

(42) Stockholm International Peace Research Institute: Armaments, Disarmament and International Security, 2012, Summary, p. 14

(43) Asya Pereltsvaig: Traditionalism vs. Assimilation Among Indigenous Peoples of Siberia, March 22, 2012, http://www.geocurrents.info/place/russia-ukraine-and-caucasus/siberia/traditionalism-vs-assimilation-among-indigenous-peoples-of-siberia

(44) World of Maps, http://www.worldofmaps.net/en/russland/map-russia/map-autonomas-areas-russia.htm

(45) Les Rowntree, Martin Lewis, Marie Price, William Wyckoff: Diversity Amid Globalization: World Regions, Environment, and Development 2nd Edition. http://wps.prenhall.com/esm_rowntree_dag_2/6/1770/453337.cw/-/453371/index.html

(46) Irina Denisova: Income Distribution and Poverty in Russia (2012), OECD Social, Employment and Migration Working Papers, No. 132, OECD Publishing, p. 30

(47) Ver Rilka Dragneva and Kataryna Wolczuk: Russia, the Eurasian Customs Union and the EU: Cooperation, Stagnation or Rivalry?, Chatham House, August 2012, pp. 4-5

(48) Ben Judah, Jana Kobzova and Nicu Popescu: Dealing with A Post-BRIC Russia; The European Council on Foreign Relations, 2011, p. 26

(49) Ramūnas Vilpišauskas, Raimondas Ališauskas, Laurynas Kasčiūnas, Živilė Dambrauskaitė, Vytautas Sinica, Ihor Levchenko, Victor Chirila: Eurasian Union: a Challenge for the European Union and Eastern Partnership Countries, Public Institution Eastern Europe Studies Centre, 2012, p. 31

(50) David Lane: Dynamics of Regional Inequality in the Russian Federation: Circular and Cumulative Causality, in: Russian Analytical Digest No. 139, 18 November 2013, p. 6

(51) Mikhail Golovnin and Aleksandra Yakusheva: Regional Effects of the Global Economic Crisis in the CIS: Migrants’ Remittance, in:  EDB Eurasian Integration Yearbook 2011, p. 76

(52) Evgeny Vinokurov and Vladimir Pereboyev: Labour Migration and Human Capital in Kyrgyzstan and Tajikistan: Impact of Accession to the SES, in: EDB Eurasian Integration Yearbook 2013, p. 70